Conquanto no imaginário coletivo a imagem borrada do homem pássaro provando seu ridículo invento e encontrando a morte rapidamente é endêmica, existiram casos de homens pássaro de sucesso no passado. O mais espetacular é o do jovem monge Eilmer de Malmesbury, que ao redor do ano 1010 ficou obcecado com a lenda grega de Dédalo e Ícaro e passou dias inteiros estudando o vôo dos pássaros até construir um complexo par de asas muito similar ao ultra-leve atual.

Nós já falamos em um par de oportunidades, a en passant, sobre o "pioneiro" Franz Reichelt, mas hoje vamos dedicar todo este artigo à sua história kafkiana e absurda. O acervo de filmes da British Pathé tem um vídeo assustador dele pulando para a morte da Torre Eiffel, em 1912. Nas cenas ele usa um traje enorme, precursor do wingsuit, enquanto permanece sorumbático de pé na saliência do primeiro nível da torre. Franz hesita por alguns longos segundos e então mergulha e cai direto no chão.

Já falamos superficialmente de Franz Reichelt no tópico As 10 mortes mais absurdas de sempre. Reichelt já era um alfaiate de prestígio na França, quando criou, seguindo os desenhos de Leonardo da Vinci e de algumas tentativas frustradas anteriores, uma espécie de pára-quedas que lhe permitisse saltar de um lugar alto, descendendo suavemente até o solo.

"A segurança é basicamente uma superstição. Não existe na natureza. Evitar o perigo não é mais seguro que a nossa exposição a passagem do tempo... A vida é uma aventura atrevida ou não é nada..." Esta frase de uma mulher pioneira em seu tempo, a ativista, autora, oradora e apaixonante surdo-cega Helen Keller bem poderia valer como explicação da sensação destes loucos heróis do ar.

Dias atrás falávamos sobre a maneira estúpida, ainda que acidental, das mortes mais estapafúrdias, idiotas e inacreditaveis catalogadas no Darwin Awards. Problema é que o Darwin é cercado de "lendas urbanas", muitas das vezes não comprovadas. Já aqui, um compilação das 30 mortes mais absurdas que entraram para a história.