Forças especiais dos Estados Unidos mataram o líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden, segundo anunciado em torno das onze e meia da noite (meia noite e meia no Brasil) o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Os agentes abateram o líder da Al Qaeda a tiros na localidade de Abottabad, no norte do Paquistão (e não em uma mansão nos arredores de Islamabad, como haviam informado previamente), em uma operação na qual não houve baixas civis nem de soldados estadunidenses. |
O presidente assegurou que os EUA tem o corpo do terrorista, um assunto de vital importância para evitar o ceticismo que a notícia por si só poderia causar nos meios islamistas radicais. Oficiais dos EUA declararam posteriormente que um filho adulto de Bin Laden junto a outros dois homens poderiam ter morrido no ataque.
Em seu breve discurso desde a Casa Branca, Obama afirmou que, depois de receber informações desde agosto da inteligência confiáveis sobre o lugar onde se encontrava Bin Laden, no Paquistão, na semana passada deu a ordem de atacar, e hoje "um pequeno grupo" estadunidense conduziu a operação, na qual, depois de uma troca de tiros, mataram o terrorista.
Em uma aparição cheia de dramatismo e meticulosamente planejada visando sua reeleição, Obama homenageou todas as vítimas do atentado do 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gêmeas, que causou 3.000 mortos. - "Esta noite fez-se justiça", assegurou. O presidente agradeceu a todos os agentes que participaram na operação e aos que ajudaram durante estes anos a perseguir o terrorista. - "EUA lançou uma mensagem inequívoca: não importa quanto tempo seja necessário, se fará justiça", concluiu o presidente estadunidense.
10 anos após o 11 de setembro
A morte do pai do terrorismo islamista internacional chega 10 anos após os atentados de Nova Iorque. Eliminar Osama Bin Laden converteu-se em uma obsessão para os Estados Unidos e passou a SER objeto de numerosas operações internacionais. Especulou-se em diversas ocasiões SOBRE sua morte e ofereceram grandes recompensas por qualquer pista sobre seu paradeiro, mas Bin Laden seguia ai vivo.
Para o orgulho dos EUA resultava uma ferida muito profunda desconhecer o paradeiro de um tipo alto e desgrenhado de 54 anos, normalmente retratado sustentando uma Kalashnikov com seu braço esquerdo. Quase um idoso que usava uma bengala para se locomover, dormia no chão e se alimentava de verduras, iogurte, sopa e pão afegão.
Ainda que fizesse três anos que não aparecia em público, Bin Laden seguia sendo um símbolo. O homem que conseguiu um sonho que há uma década parecia uma quimera: internacionalizar a jihad e estender o terror mediante alianças com grupos associados em todo mundo. Dezenas de células locais, inspiradas no discurso de Bin Laden, tiram desde então o sono dos chefes de inteligência de vários continentes.
Alegria nos Estados Unidos
O anúncio foi recebido com tremenda alegria nos Estados Unidos. Manifestações de júbilo, gritos de "USA, USA", bandeiras estadunidenses e buzinas de automóveis em celebração podem ser ouvidas em todo o país.
Pouco dantes das onze da noite local as emissoras de TV interromperam a programação para adiantar que o presidente ia comparecer com um anúncio de vital importância relativo à segurança nacional. As especulações desataram-se e poucos minutos depois alguns meios já anunciavam de forma não oficial a morte do terrorista. Nesse momento os estadunidenses começaram a sair à rua.
Declarações de Bush
O presidente norte-americano insistiu ontem em que Bin Laden não era um líder muçulmano e que os Estados Unidos não está em guerra contra essa religião. É imprevisível, não obstante, as reações que a morte deste personagem, um autêntico mito entre uma corrente radical do pensamento islâmico, podem provocar no mundo. O Governo norte-americano pôs em estado de alerta a todas suas embaixadas ante o risco de que sejam alvo de possíveis represálias.
O ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush declarou que a morte de Osama Bin Laden é uma "vitória para os Estados Unidos" e que o país enviou uma clara mensagem de que "não importa quanto tempo leve, se fará justiça".
Precaução a todos os estadunidenses
Os Estados Unidos estão conscientes de que a morte de Bin Laden pode desatar uma onda de violência contra seus cidadãos. O Departamento de Estado americano pediu prudência a todos seus cidadãos no mundo após a notícia. Há um "elevado potencial de violência anti-americana", especificou um comunicado de imprensa."Dada a incerteza e volatilidade da situação atual, é altamente recomendável para nossos cidadãos situados em áreas nas quais os eventos pudessem causar explosões de violência anti-estadunidense que limitem suas viagens fora de suas casas e hotéis e que evitem as aglomerações ou as demonstrações de luto."
Bin Laden: um terrorista de origem abastada
Osama Bin Laden nasceu nas Arábia Saudita em 1957, no seio de uma família saudita endinheirada. Seu pai foi um importante magnata da construção em seu país. Estudou Religião e Ciências Econômicas, graduando-se na Universidade Abdul Aziz. Desde 1979 apoiou aos rebeldes afegãos em sua guerra contra a URSS, organizando o recrutamento de milhares de voluntários de todo mundo árabe, entre outras ações. Desde 1986 participou pessoalmente nos combates. Acabada a guerra, regressou a seu país. Como consequência do apoio saudita às tropas do EUA durante a Guerra do Golfo de 1991, rompeu sua relação com o regime saudita e com sua própria família. Exilou-se em 1991 no Sudão, onde dirigiu uma empresa que EUA considerava um disfarce de terroristas.
Depois de sua experiência na guerra do Afeganistão, Bin Laden aprendeu a viver como um ermitão, uma habilidade que lhe serviu para mimetizar-se no terreno da mesma forma que fazem as serpentes.
Desde que Bin Laden conseguiu fugir no inverno de 2001 das montanhas de Tora Bora, só havia uma certeza sobre o líder da Al Qaeda: estava escondido no Paquistão. A comunidade de inteligência embaralhava muitas hipóteses: que estava em uma região remota ou misturado com a multidão em Karachi, que só poderia ser abatido pela traição em seu círculo mais próximo ou com um ataque por mísseis, mas estava claro que tinha se deslocado ao país vizinho do Afeganistão.
Durante anos, os drones estadunidenses (aviões não tripulados dotados de mísseis) sobrevoaram as diferentes zonas tribais do Paquistão, o lugar mais perigoso e volátil da terra. Mataram dezenas de militantes da Al Qaeda, também a civis, e se aproximaram muito de seus líderes.
Fonte: El Pais.
Atualizações (mais recentes a antigas):
- Os agentes dos EUA reponsáveis pela captura de Bin Laden declararam que seguiram os procedimentos tradicionais islâmicos para jogar seu corpo no mar, ainda que islâmicos digam que não existe nenhum procedimento como este. Comentaristas políticos afirmam que muito provavelmente os EUA decidiram sumir com o corpo como forma de evitar um local de possível peregrinação dos seguidores do líder da Al Qaeda.
- Diagrama da mansão onde estava Bin Laden no momento de seu assassinato (via New York Times) e Scientific American explica como foi feito a identificação de Osama:
- Conhecido por se envolver em um escândalo atrás do outro, o primeiro ministro italiano Sílvio Berlusconi foi o líder mais consciente em emitir uma opinião ao dizer que: "A morte de Osama Bin Laden é um grande resultado na luta contra o mal, mas comemorar isso é a mesma coisa que comemorar o assassinato de um homem". Apesar do discurso afinado de dirigentes dizendo que a justiça foi feita, isto não procede. Nenhuma justiça foi realizada, senão vingança.
- Segundo um alto servidor público do Governo norte-americano, a Casa Branca nunca teve intenção de capturar Bin Laden, o objetivo era matá-lo.
- Elvis Presley garante que Obama não morreu. "Ele está vivo. Ontem mesmo estivemos juntos. Eu, ele e Michael Jackson", disse Elvis. Ademais, o nome parecido com o de Osama quase custou a vida do presidente americano. Na noite de ontem, um agente da Cia chamado Noel (Manoel) invadiu o quarto do presidente Obama e só não atirou porque foi contido antes pelos seguranças;
- O Governo iraniano declarou que depois da morte de Bin Laden as potências ocidentais não têm desculpa para manter "a escalada militar na região para combater o terrorismo" e no Paquistão fazem manifestações de protesto pela morte daquele que era até hoje inimigo número um dos EUA;
- A celebração do povo estadunidense pela morte de Bin Laden em imagens;
- Imagem do interior da mansão onde se encontrava Bin Laden:
- O Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, diz que o governo brasileiro se solidariza com as vítimas de Osama bin Laden e com os que buscam justiça. Patriota disse que até o momento não há nenhuma recomendação para os embaixadores brasileiros, já que cenário ainda está sendo examinado pelo governo. Mas adverte para que brasileiros evitem viagens para a Síria, devido às manifestações violentas no país.
- Hillary Clinton, Secretária de Estado dos Estados Unidos, compareceu a uma conferência de imprensa para falar sobre a morte de Bin Laden. Entre outras coisas disse que "finalmente fez-se justiça" e que o trabalho de encontrar e matar Osama foi o resultado de dez anos de esforços. Por outro lado também comentou que o trabalho antiterrorista dos EUA não termina aqui. Agradeceu a ajuda prestada na operação pelos dos paquistaneses e finalmente deixou uma mensagem para os talibãs: vocês não podem nos derrotar.
- Como era de esperar, a rede está se enchendo de imagens humorísticas protagonizadas pela notícia do assassinato
- Algumas poucas horas após a divulgação da morte de Osama, revelaram um vazamento que aconteceu dias atrás da nos cabos da WikiLeaks relacionados a alguns detentos em Guantânamo. Nos mesmos, Al Qaeda ameaça desatar um "inferno nuclear" na Europa mediante a detonação de uma bomba nuclear que teria em seu poder se por acaso seu líder fosse capturado ou morto em combate.
- Ainda que ainda não exista comunicado oficial da Al Qaeda, as reações contra o assassinato de Bin Laden também já começaram. Por exemplo talibãs do Paquistão asseguram que atacarão interesses norte-americanos na capital do país e o Hamás condenou o acontecimento;
- Segundo Twitter, foram publicados mais de 4.000 tweets por minuto durante o anúncio do presidente Obama da morte de Osama e o grupo de Facebook "Osama Bin Laden is DEA" já tem mais de 280.000 seguidores;
- A morte de Bin Laden também está sendo notada na economia. Por exemplo o preço do barril de petróleo caiu;
- Segundo diversos meios de notícia dos EUA corpo de Bin Laden foi lançado ao mar no Afeganistão. Por outro lado tudo parece indicar que a imagem que está circulando na rede é falsa;
- Imagem da mansão onde Bin Laden estava escondido:
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Comentários
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Aiai...que fod* manolo!
O_O
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