Desde 1980, a organização de Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais (PETA, por sua sigla em inglês) se tornou a autoridade número 1 em relação ao bem-estar dos animais. Mas acontece que há três anos atrás ela se viu envolvida na morte de uma chihuahua chamada Maya em uma cidade da Virginia, nos Estados Unidos. Não se tratava de um cão de rua, senão que tinha donos. A família denunciou que o animal foi levado de sua casa, sem seu consentimento, motivo pelo qual interpôs um processo milionário contra a organização. |
O fato ocorreu no distrito de Eastern Shore, Virginia, onde dois membros do grupo, Victoria Carey e Jennifer Wood, levaram a chihuahua, que, dizem, foi encontrada sem coleira perto de uma moradia, e sacrificaram-na poucas horas depois, sem aguardar os cinco dias estabelecidos pela lei para realizar esse procedimento.
O que elas mal sabiam é que uma câmera de segurança gravou toda a ação. O vídeo, publicado nas redes sociais, mostra as mulheres invadindo a varanda de uma casa, roubando a cadelinha, colocando-a em uma van e indo embora.
Semanas antes do início do julgamento em que a família pedia sete milhões de dólares, a PETA se viu obrigada a fazer um acordo e a desembolsar 49.000 dólares como compensação à família de Cynthia, a menina de nove anos que ganhou a cadelinha no Natal.
A cadelinha Maya.
Wilber Zarate, o pai da menina, acusou a PETA de praticar eutanásia em massa , inclusive em animais saudáveis, por simplesmente considerar que "ter um animal de estimação é uma forma de cativeiro".
Como resposta, a PETA pediu desculpas pelo "terrível erro" cometido, enquanto Carey e Wood explicaram que foram contatadas por uma pessoa do bairro onde vive a família para capturar cães e gatos selvagens de rua (elas continuam mentindo).
- "Desculpamos-nos de novo e expressamos nossas condolências à família Zarate pela perda de sua cadela Maya. O senhor Zarate reconheceu que foi um erro infeliz de PETA e das pessoas envolvidas", explicaram.
Por sua vez, William Shewmake, advogado da família, considera que este acordo foi uma forma de fechar este doloroso capítulo que afetou suas vidas. Ademais, a PETA fará uma doação de 2.000 dólares à Sociedade para a Prevenção da Crueldade contra os Animais em honra a Maya.
A exceção que se transformou em regra
Bom... até aqui, tudo mais ou menos bem. Algumas pessoas defenderam a ONG com a justificativa de que "Por melhor que seja a sua intenção, sempre pode acontecer um erro fortuito."
O problema, no entanto, é que este não é um caso isolado. Recentemente o vlogger britânico do YouTube, Calum McSwiggan, deu um alerta para que todos deixem de considerar a organização como protetora dos animais, utilizando um discurso sarcástico que ele diz combinar mais com as verdadeiras ações da organização.
Um matadouro de animais domésticos
Em um comunicado de imprensa de março de 2017, o Centro para a Liberdade do Consumidor revelou que a PETA sacrificou só em 2016 mais de 1.400 gatos e cães em seu abrigo em Norfolk, Virgínia. Mais isso é só a ponta do fio da meada: a lista estendida entre 1998 até a atualidade registra que os quase 43 mil animais que tiveram a má sorte de parar neste abrigo (na verdade um matadouro), 2.190 (5,1%) foram transferidos, apenas 3.380 (7,9%) foram adotados e quase 37 mil (87%) foram sacrificados.
A ONG defende suas ações como éticas e economicamente necessárias, mas está se tornando cada vez mais claro que a PETA tem um discurso duplo: por um lado, prega sua agenda de libertação dos animais (para despertar o interesse da mídia), e por outro assina a sentença de morte dos mesmos que ficam sob seus cuidados.
A PETA se tornou um órgão tão dissimulado que adotou o verbo "eutanizar", visando eufemizar a matança, como se estes animais estivessem realmente entre a vida e a morte por um problema de saúde. O próprio vocábulo "sacrificar" seria inclementemente antropocêntrico nesse sentido, cabendo com muito mais propriedade o uso de "assassinar".
Pese seu orçamento milionário, a instituição não envida muitos esforços para encontrar lares aos milhares de animais que "eutanizam" a cada ano. Ingrid Newkirk, presidente da ONG, teria confidenciado que o grupo de direitos animais poderia deter a matança dos animais de estimação, mas isso significaria um corte significativo na publicidade e nas sessões de fotografias com celebridades.
O extravio do objetivo
O que parece é que a PETA se dedica mais às operações mediáticas do que manter com vida os animais que lhe confiam. É o cúmulo da hipocrisia que a ONG se manifeste pelos direitos dos ratos, enquanto mata dezenas de milhares de mascotes.
Uma zapeada no Youtube vai mostrar centenas de vídeos terríveis de táticas de constrangimento da organização. Suas formas de protesto só são comparáveis às ações extremistas de talibãs e traçam um paralelo com o comportamento de outros radicalistas da atualidade. Parece uma seita messiânica formada por iluminados que acham que foram enviados à Terra como únicos oniscientes na tomada de decisões sobre o bem-estar dos animais, nem que este bem-estar signifique a sua morte.
Lamentavelmente as organizações ambientalistas quando crescem perdem o norte. Literalmente se convertem em multinacionais que recebem montanhas de dinheiro e este acaba não sendo usado para as causas que promovem. Por isso o melhor a fazer é ajudar organizações pequenas e locais onde é possível acompanhar e comprovar que os fundos serão utilizados nos propósitos pré-definidos.
Como bem diz Richard Bergman no Washington Times:
- "Se você está considerando uma doação para ajudar os animais em necessidade, afaste-se de ativistas que fazem muito mais mal do que bem. A hipocrisia do ativismo dos direitos animais é apenas crueldade com um nome diferente."
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