Um papel quase tão resistente quanto o aço

Novamente a nanotecnologia consegue um material que até alguns poucos anos seria um complemento de algum filme de ficção científica. Trata-se de um papel nano-estruturado, baseado em celulose, que é mais resistente que o ferro fundido e quase tão resistente como o aço..

Este sofisticado papel foi desenvolvido por pesquisadores do Real Instituto Tecnológico de Estocolmo e as aplicações são múltiplas: reforçar o papel convencional, produzir fita aderente ultra resistente ou para ser utilizado na cirurgia para próteses ou dispositivos bio-compatíveis.

Apesar de sua grande resistência este "nanopapel" é produzido a partir do mesmo material biológico que o convencional: celulose, o principal componente estrutural das células vegetais e o composto orgânico mais abundante na natureza -aproximadamente 50% de madeira é composta por celulose-. As cadeias de celulose são unidas para produzir fibras de 20 nanômetros de diâmetro, 5 mil vezes mais finas que um fio de cabelo humano.

As provas de resistência mecânica foram surpreendentes, resistindo 214 MPa, mais forte que o ferro fundido -130 MPa- e quase tão resistente como o aço estrutural -250 MPa-. Comparando com o papel normal, cuja resistência à tensão é de 1 MPa, o resultado é surpreendente.

O segredo desta resistência não reside somente nas fibras de celulose, senão também em sua disposição em forma de rede. Isto é básico para que não sobreponham umas com as outras, como acontece na natureza, e percam a força que as une diminuindo muito a resistência do conjunto.