Invariavelmente, é esta a forma como a cidade é apresentada ao Brasil e ao mundo. Pode parecer estranho a pessoas de outros estados, mas este é o único estado da federação onde a capital é menor e tem menos importância econômica que uma outra cidade.
Em função da situação citada anteriormente, existe um, digamos, preconceito ou ciúme dos formadores de opinião da capital em relação a cidade do "norte do estado". Sim, parece uma campanha velada promovida pelo principal grupo, gaúcho, de mídia televisiva e de radio-fusão do estado. A cidade de Joinville nunca é declaradamente citada e sempre é referida como "...a cidade do norte...", numa evidente mas dissimulada tentativa de depreciação. Da mesma forma a mídia local sempre se refere a cidade como já dito no início: "... a maior cidade do estado...".
Muitas das indústrias locais são referência mundial no setor de atuação, e em sua maioria foram adquiridas por gigantes grupos multi-nacionais junto aos descendentes dos seus fundadores. Das que perseveram com o controle familiar poucas obtém sucesso sem entrar em concordata ou estar com seu parque fabril totalmente ultrapassado e sucateado. Estas mesmas indústrias proporcionam a cidade a ser uma das maiores arrecadadores de impostos do país, é lógico que principalmente aqueles relacionados a esfera estadual.
Se por um lado é triste ver grandes empresas falindo ou sendo emcampadas por grupos externos, por outro melhora a condição dos trabalhadores e da população que saem dos redis corporativos dos seus fundadores, em grande parte, descendentes dos colonizadores alemães e suiços.
Conta a história, isso já virou folclore, que um certo empresário, muito empreendedor porém absolutista, proibiu a movimentação de ônibus urbanos depois da dez horas da noite como forma de controlar o lazer noturno de seus funcionários. Isso explica a peculiaridade da existências da maioria de casas de lazer noturnas distantes do centro da cidade e na zona sul, área que concentrava a população de menor poder aquisitivo.
O alemão tradicional, aquele divulgado na mídia nacional ou na falida e mal gerenciada festa do chopp local (Fenachopp), hoje praticamente inexiste. É mais uma marca pra vender turismo e alguns poucos assim vivem em áreas segregadas destinadas ao turismo rural. Igualmente o preconceito racial não existe, ou existe como aquele de qualquer local deste país, mesmo aquele de uma vila de pretos de um quilombo do Piauí. Sim, esta é uma tentativa de desmitificar o dito preconceito existente no sul do país.
O preconceito latente advém de outro fato, também mitico, da busca de funcionários para as empresas locais nas décadas passadas. Conta-se que empresários enviavam ônibus e mais ônibus para cidades interioranas do Paraná a procura de empregados que se sujeitassem a muito serviço com salário inversamente proporcional. Desta forma a cidade tem hoje em dia de 30 a 40% (exagero?!?) de descendentes de/e paranaenses; é difícil alguém que não conhece alguém natural da cidade de Dois Vizinhos.
A cidade, nos últimos 10 a 12 anos, tomou um "banho" de desenvolvimento, é impressionante verificar o crescimento neste período, e já começa a tomar ares de metrópole com inerentes diferenças sociais. Favelas já são realidades em bairros não muito distantes.
Joinville, em sua área turística, é um jardim a céu aberto, herança dos colonizadores. Aos habitantes locais, não nos parece tanta beleza como a quem vem a cidade a passeio ou a turismo de negócios ou eventos. Jardins inteiros são transplantados proporcionando um estado primaveril durante todo o ano a praças e jardins. A quem gosta de orquídeas, encontrará aqui a maior e mais importante associação de amantes da flor, a AJAO.
Longe de ser uma cidade planejada, suas ruas centrais são estreitas e se não for repensada uma nova estratégia de tráfego, por um novo grupo competente, logo logo o tráfego central se tornará caótico, se é que já não está.
Por estar ao nível do mar, abaixo em alguns locais, os alagamentos podem se tornar mais freqüentes.
Maior festival de danças da América Latina, maior espaço de eventos, única escola do ballet Bolshoi fora da Russia são outros fatores que fazem a cidade conhecida no país.
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Comentários
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adoro principalmente a cerveja antartica de joinville, demais :D
Excelente comentário, realmente Joinville é uma excelente cidade, bem estruturada, e acredito eu que deveria ser a capital de SC, mas tudo bem. A única coisa que me deixou um pouco irritado é que o pessoal teima comigo que Joinville tem 01 milhão de habitantes, sendo que o IBGE - 2004 informa 477 mil hab, mas no restante é uma cidade excelente e que ainda tem muito à crescer...
Falar de Joinville e sacanagem, so quem passou por la sabe que e coisa boa....
Está evidente que o texto não desabona a cidade, pelo contrário, diz de forma concisa o que ela tem de melhor e fala pouco sobre os problemas existentes.
Concordo plenamente que o grupo gaúcho RBS acrescenta quase nada ou muito pouco ao Estado. Até o bizarro programa do Nílson Gonçalves é melhor que qualquer outro deste canal.
O pior deles é o tal de "Patrolha" onde um abobado e uma loirinha, ainda que bela e simpática, se esforçam pra parecerem dementes.
Dói!!! :cry:
Eu adoro Joinville.
Marco - Saguaçu
Joinville eh showw em todos os sentidos, logico existem fatores que podem ser melhorados, no entanto, temos muito mais a agradecer e nos contentar com a belissima cidade do que ficar reclamando...reclamar qualquer idiota pode...agora fazer algo eh soh para pessoas de sucesso...considero todos os canais de comunicação muito importantes, alguns fazem seu trabalho com excelência, outros estão chegando....!
Amo Joinville
Carmen...Anita garibaldi :D :lol:
eu gosyo da minha cidade....
os encomodados que se retirem....
e se vc fala da rbs faz melhor que eles....
bairro Guanabara... :lol:
Ae, verdades que andam a boca pequena. Todo mundo sabe, fala mas a mídia ignora. Meu pai é paranaense e moro no jardim, dá pra imaginar né?
Faltou falar da Cidade das Bicicletas, da Manchester Catarinense e do que a Tupy fez e continua fazendo com a baía da Babitonga, aquilo virou um bosteiro só. :evil:
Ah, bem lembrado do controle do rádio e da TV, porque na área de mídia escrita o Jornal deles está comendo pó dentro da própria Capital.
Blz, muita verdade que precisava ser dita. Também acho o grupo RBS uma grande porcaria, que não traz nada de bom para o estado.
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