De fato, alguns cinólogos afirmam categoricamente que os logos superam em muito a inteligência de qualquer raça canina. Em um estudo publicado na revista Scientific Reports, em setembro de 2017, é realizado por uma equipe internacional de pesquisadores do Centro de Ciência do Lobo em Viena, Áustria, descobriu que cães não conseguem estabelecer a ligação entre causa e efeito. Os lobos, no entanto, podem.
Eles chegaram a essa conclusão testando e comparando como as duas espécies procuravam alimento depois de lhes darem dicas sobre onde ele estava localizado. Os pesquisadores usaram 14 cães e 12 lobos socializados em seus experimentos.
Durante os testes, os animais tiveram que escolher entre dois recipientes, um com comida e outro sem. A primeira coisa que os pesquisadores fizeram foi determinar se os animais conseguiam entender as "pistas comunicativas", apenas olhando e apontando para o recipiente com a comida; "pistas comportamentais", apontando para o recipiente com comida mas sem olhar; "pistas causais", sacudindo o recipiente com a comida.
Tanto os lobos quanto os cães se saíram bem nos testes de pistas comunicativas, ou seja todos encontraram a comida escondida. Ambas as espécies, no entanto, falharam na porção de estímulo comportamental. Sem contato visual direto, nem o cão nem o lobo conseguiriam encontrar a comida. Durante a última parte do teste, porém, apenas os lobos puderam fazer inferências casuais sobre a localização da comida com base no ruído do recipiente. Em outras palavras, disseram os cientistas, os lobos, e não os cães, entendem causa e efeito.
Os resultados do estudo sugeriram que a domesticação de alguma forma afetou a compreensão causal dos cães. Talvez a explicação seja porque os cães estão condicionados a receber comida, enquanto os lobos têm de encontrar na natureza.
O que chocou os pesquisadores foi que os lobos foram capazes de interpretar o contato direto olho no olho. Essa compreensão dos sinais comunicativos certamente facilitou a domesticação.
Em um clipe do documentário "Conversas sobre Animais – Quando Animais Falam com Animais", um par de lobos do Centro de Ciência do Lobo normalmente vocais demonstrou como podem colaborar silenciosamente para resolver quebra-cabeças. O casal usou a linguagem corporal e o contato visual para trabalhar juntos e descobrir como ser recompensado com uma guloseima.
Os cientistas do centro dizem que os lobos podem se comunicar por longas distâncias, para se localizar no espaço permitindo que outros lobos saibam sua posição e enviar um sinal de que a caça vai começar, mas uma vez que a caça começa os lobos ficam em silêncio se comunicando apenas com os olhos.
O experimento consistiu de uma mesa com duas cordas e pedaços de carne. Os dois lobos precisam puxar cada ponta da corda para ter acesso à carne. Se apenas um lobo puxar, a corda se desenrolará e eles não receberão a recompensa. A loba parece entender rapidamente o sistema e assume a liderança.
O macho parece mais "burrinho" e demora a entender, então a fêmea vai buscá-lo silenciosamente e mostra a ele a corda. Quando ele pega uma ponta, ela vai buscar a outra ponta e voilá!
É necessário asseverar que os lobos são socializados, mas não adestrados para realizar tal tarefa. Este é o comportamento normal deles. Os pesquisadores do Centro de Ciência do Lobo não conseguem explicá-lo, mas é claro que há algum tipo de comunicação entre os animais.
Este clipe é parte de um estudo maior que queria testar o grau de cooperação dos membros de uma matilha de lobos ou de um grupo de cães. Eles realizaram o experimento centenas de vezes com vários pares de cães e lobos. Os pesquisadores descobriram que os cães não são bons em cooperar para ganhar uma refeição: em 472 tentativas, os cães conseguiram receber a recompensa apenas duas vezes. Os lobos, por outro lado, foram muito melhores, recebendo a recompensa 200 vezes em 416 tentativas.
Os pesquisadores notaram que os lobos se saíram melhor quando emparelhados com parceiros familiares que também ocupavam a mesma "posição" na matilha -alfas com alfas e assim por diante-. Ao observar como os animais realizavam a sua tarefa, os pesquisadores descobriram que os lobos estavam muito mais dispostos a se aproximar juntos da mesa com guloseimas, em vez de um esperar pelo outro.
Com os cães, observam os pesquisadores, aquele que é dominante geralmente vai primeiro, caso contrário, a luta irrompe. Os pesquisadores sugerem que, ao se aproximarem juntos da mesa, os lobos conseguiram ver com mais clareza o que precisava ser feito para receber a recompensa alimentar.
Os cinólogos sugerem que, embora os cães tenham claramente aprendido a ser mais sociáveis e cooperativos com os humanos ao longo dos anos, parecem ser menos sociáveis e cooperativos com outros cães.
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