A pura curiosidade levou o professor e pesquisador de engenharia florestal Eric Bastos Gorgens e sua equipe à árvore mais alta da Amazônia. Com 88,5 metros, o Angelim vermelho (Dinizia excelsa) supera o recorde anterior em quase 30 metros. Eric estava examinando dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) quando notou algo incomum: um conjunto de números em uma tela que informava que gigantes estavam crescendo na área de conservação da Floresta Estadual do Parú, no Pará. |
Via: Tobias Jackson
Levou tempo e dedicação para descobrir o que as medidas de altura representavam. Os pesquisadores acreditavam inclusive que podia ser algum erro nos sensores, conforme contou Eric em um recente estudo sobre as árvores publicado na revista Frontiers in Ecology and the Environment.
- "Então começamos a analisar o que poderia ter nos dado esses números que estavam tão longe do padrão", contou Eric. - "E, quando começamos a examinar os dados com mais cuidado, percebemos que não eram erros. Na verdade, eram árvores gigantes."
O Inpe usou satélites para escanear 850 áreas aleatórias da Amazônia entre 2016 e 2018 em um projeto para mapear áreas remotas da floresta tropical. Enquanto Eric e sua equipe estudavam os dados, logo perceberam que várias das áreas registradas durante as varreduras tinham árvores muito mais altas do que esperavam encontrar, e todas acabaram sendo Angelim vermelho. E havia, é claro, uma que estava acima do resto, com 88,5 metros.
A maioria das árvores gigantes circunda o rio Jari, um afluente norte do rio Amazonas que corre ao longo da fronteira entre o Pará e Amapá. Após muito planejamento, com os dados do Inpe identificando a localização exata das árvores, os pesquisadores partiram para uma expedição que os levaria mais de 240 quilômetros adentro da floresta tropical, quando tiveram que cortar sua própria trilha enquanto terminavam a jornada a pé.
Foram necessários cinco dias para chegar ao acampamento base, o que permitiu à equipe visitar facilmente vários dos gigantes, a maioria dos quais localizados na beira do rio e com mais de 70 metros de altura. Com apenas dois dias para coletar amostras e fazer medições das árvores, eles sabiam que não seriam capazes de alcançar a mais alta de todas, ainda mais três a quatro quilômetros de distância, de acordo com os dados do satélite. Teria que esperar até o próximo ano, quando planejam voltar para uma caminhada mais longa na floresta tropical.
A árvore mais alta que eles conseguiram medir chegou a 82 metros, confirmada quando Fabiano Moraes, um especialista em arvorismo, usou cordas para escalar o mais alto possível antes de deixar uma corda de medição cair no chão.
Os pesquisadores não sabem ao certo o que levou as árvores, frequentemente usadas para beneficiar madeira, a tais alturas. A idade exata das árvores ainda não foi medida, mas os pesquisadores acreditam que têm aproximadamente de 400 a 600 anos. A megaflora provavelmente sobreviveu tanto tempo em parte devido à distância das áreas urbanas e industriais, bem como à proteção contra ventos fortes e tempestades que atravessam a área, o que poderia facilmente derrubar os gigantes.
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