Mata Hari, o arquétipo por antonomásia da espiã sedutora, nascida no seio de uma família simples em uma pequena cidade no norte da Holanda em 1876, como Margaretha Geertruida Zelle, casou-se com um influente capitão do exército colonial holandês, aos 18 anos. Em 1897, ela mudou-se com ele para a Ilha de Java, onde tiveram dois filhos. Seu marido era um alcoólatra abusivo e ressentido e para distrair-se da infelicidade de seu casamento, Margaretha enterrou-se no estudo da cultura e tradições indonésias, incluindo a dança. |
O casamento se deteriorou lentamente e, depois de retornar para a Holanda, o casal se separou em 1902. Margaretha mudou-se então para Paris, onde encontrou trabalho primeiro em um circo equestre, depois como modelo viva nua para pintores e por fim como dançarina exótica com inspiração asiática.
Ela logo começou a viajar por toda a Europa, contando histórias de como nasceu princesa em um templo sagrado, onde havia aprendido danças antigas com uma sacerdotisa que lhe deu o nome de Mata Hari, que significa "Olho do Sol" em Malaio.
Independentemente de suas mentiras, ela embalava salões de dança e casas de ópera da Rússia até a França, combinando sua estética apropriada com sua própria sensação de confiança e promiscuidade, principalmente porque seu show terminava em um apoteótico strip-tease lento.
Uma vez que a maioria dos europeus na época não conhecia as Índias Orientais Holandesas, Mata Hari era considerada exótica, e assumiram que as suas alegações eram genuínas.
Um jornalista francês, evidentemente entusiasmado, escreveu em um jornal de Paris que Mata Hari era "tão felina... mas tão extremamente feminina, majestosa e trágica, que as mil curvas e movimentos de seu corpo tremiam em mil ritmos".
Um outro jornalista em Viena escreveu depois de ver uma das suas apresentações que Mata Hari era "delgada e alta com a graça flexível de um animal selvagem, com cabelo preto-azulado e que seu rosto tinha uma estranha impressão de forasteira".
A carreira de Mata Hari entrou em declínio após 1912. Em 13 de março de 1915, ela já com um certo sobrepeso, se apresentou naquele que seria o último show de sua carreira, que começou relativamente tarde para uma dançarina.
No entanto, por essa altura, ela se tornara uma cortesã de sucesso, conhecida mais por sua farta sensualidade e erotismo do que por sua beleza.
Ela teve relações com altos oficiais militares, políticos e outros figurões influentes de muitos países, incluindo até o príncipe da Alemanha. Após o início da Primeira Guerra Mundial, seu catálogo de amantes começou a incluir oficiais militares de alto escalão de várias nacionalidades.
Ela estava na Alemanha no início da Primeira Guerra, e seu pedido para voltar à Paris inimiga resultou na apreensão de suas jóias, roupas e dinheiro pelas autoridades alemãs. Ela voltou então para sua casa neutra na Holanda, onde um sugar daddy a hospedou em uma de suas casas.
Mas ao invés de sossegar o facho por lá, dando um trato no idoso e esperando a guerra acabar, sua periquita ardente começou a coçar e viajou para a Inglaterra e Paris para visitar velhos amigos. A inteligência britânica foi avisada de sua chegada, e logo suspeitaram que ela podia ser uma espiã alemã.
Em Paris, enquanto isso, Mata Hari se apaixonou por um jovem capitão russo que ficou parcialmente cego servindo no exército francês. Ao tentar visitá-lo no hospital, perto da frente, ela foi atendida por um oficial de contra-espionagem francesa que sabia sob a suspeita se espionagem dos britânicos.
Foi assim que ele pediu que ela usasse seus contatos e encantos para espionar a França. Em vez de recusar e ir morar com seu novo amor em algum lugar qualquer da Rússia, adivinhem o que ela fez? Mata Hari concordou em ser espiã mediante uma quantia de dinheiro para começar nova vida com o russo cego.
Despachada em uma missão para conversar entre os lençóis na cadeia de comando alemã, ela foi detida e interrogada enquanto tentava voltar a Inglaterra e perdeu contato com o espião francês. Ela terminou encalhada em Madri, onde decidiu seduzir um adido alemão com informações "confidenciais".
O alemão, que mais tarde disse que ela era uma espiã amadora, botou mais fogo na mistura com mentiras e velhas verdades, enquanto ela contava as fofocas francesas. Em 13 de dezembro de 1916, os franceses interceptaram uma mensagem codificada do adido para Berlim, transmitindo as fofocas da espiã com o codinome "H21".
O espião manipulador francês de Mata Hari achou que esse nome em código significasse que ela era uma agente alemã o tempo todo, não percebendo que os próprios alemães estavam usando um codinome fictício, pois sabiam que os franceses leriam a mensagem.
Enquanto isso, o grande número de baixas havia deixado a moral aliada em frangalhos, e as autoridades militares estavam à procura de bodes expiatórios.
Mata Hari voltou a Paris esperando receber o pagamento por seus serviços, mas não conseguiu encontrar seu contato. Em 13 de fevereiro de 1917, ela foi presa pelas autoridades francesas sob diversas acusações de espionagem.
Seu julgamento militar foi carregado de preconceitos e provas circunstanciais, e é provável que as autoridades francesas tenham considerado que ela foi "a maior espião feminina do século" apenas como uma cortina de fumaça pelas enormes perdas que o exército francês estava sofrendo na frente ocidental.
Para piorar a situação, sua tendência a exagerar seu passado, que a serviu bem nas etapas de dança em Paris, selaram sua condenação durante o interrogatório.
Ela não conseguiu manter sua história sobre ser princesa e, eventualmente, revelou que já havia aceitado dinheiro da inteligência alemã para espionar, mas não tinha intenção de seguir fazendo isso.
O julgamento fechado, cujo advogado de defesa era um antigo amante, teve uma conclusão inevitável. Os juízes julgaram-na culpada por todas as acusações após apenas 40 minutos de deliberação.
Mata Hari foi condenada à morte, e no dia 15 de outubro de 1917 ela recusou ser vendada e foi alvejada a tiros por um esquadrão em Vincennes.
Supostamente, ela soprou um beijinho para cada um dos fuzileiros com a mão espalmada promovendo assim a primeira e provavelmente maior lacrada da história, antes de morrer (chupa Olenna Tyrell!).
Mata Hari foi sempre retratada como uma femme fatale, a espiã fria e sedutora que usava sua sexualidade para manipular sem esforço os homens.
No entanto, na realidade, ela devia ser considerada, segundo as palavras dos historiadores Norman Polmer e Thomas Allen, uma "ingênua que foi facilmente enganada".
Uma vítima da circunstância de homens em vez de uma mulher perigosa. Seus únicos crimes reais podem ter sido uma fase complicada na sua vida e uma fraqueza por homens de uniforme.
Fonte: Wow.
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Comentários
Mulher é o cão mesmo kkkkkkkkkkk :D :D :D :D