Jejuar por mais de um ano soa como uma lenda e muitos consideram uma lenda urbana, mas uma antiga revista médica ofereceu provas científicas de que um dia houve um homem que não comeu nada por 382 dias e viveu para contar a história. Um estudo de caso publicado na edição de 1973 do Postgraduate Medical Journal documenta a história inacreditável de um escocês de 27 anos de idade, "extremamente obeso", que parou de comer por um total de 382 dias em uma tentativa desesperada de perder peso. |
Ele não apenas sobreviveu ao desafio extremo, senão que manteve boa saúde e conseguiu passar de 206 kg para 81. De acordo com médicos da Escola de Medicina da Universidade de Dundee, o peso do homem permaneceu estável em 88 quilos, cinco anos depois de passar pelo jejum excepcionalmente longo.
- "Há vários anos, um jovem extremamente obeso se apresentou para tratamento. Inicialmente, não havia intenção de tornar o seu jejum prolongado, mas como ele se adaptou bem e estava ansioso para atingir seu peso "ideal", seu jejum continuou no que é atualmente o mais longo já registrado, no livro Guinness de 1971", escreveram os médicos na época em que o caso foi publicado.
O homem não comeu nenhum alimento sólido, ao invés disso, sobreviveu com a energia de seu abundante depósito de gordura, assim como suplementos de potássio, sódio e levedura, que são considerados essenciais para funções biológicas do corpo. Por causa disso, seus movimentos intestinais eram infrequentes, para dizer o mínimo. Suas evacuações só ocorriam a cada 37 a 48 dias.
Para manter sua saúde sob controle durante toda a duração do jejum, o paciente, chamado Angus Barberi, visitava o hospital com frequência para testar seu sangue e urina. Os médicos usavam os resultados desses testes para introduzir suplementos e corrigir quaisquer deficiências. Por mais surpreendente que pareça, o plano realmente funcionou e Barberi permaneceu em bom estado de saúde.
- "Apesar da hipoglicemia (baixa de açúcar no sangue), o paciente permaneceu livre de sintomas, se sentia bem e andava normalmente", afirma o relatório do caso.
Então, como algo assim foi possível? Bem, em 2012, a personalidade da ciência australiana, Dr. Karl Kruszelnick, explicou o caso em um longo post no site científico da Australian Broadcasting Corporation. Essencialmente, ele afirma que Angus foi capaz de sobreviver com sua gordura armazenada, que funcionou como combustível para seu corpo.
- "Depois de dois ou três dias de jejum, a maior parte de sua energia vem da quebra de gordura", escreveu Kruszelnick. - "As moléculas de gordura se dividem em duas substâncias químicas separadas: o glicerol, que pode ser convertido em glicose, e os ácidos graxos livres, que podem ser convertidos em outras substâncias químicas chamadas cetonas. Seu corpo, incluindo seu cérebro, pode funcionar com essa glicose e cetonas até que você finalmente fique sem gordura."
De acordo com reportagens dos jornais da época, no momento em que Angus Barberi finalmente fez uma refeição adequada após seu jejum de 382 dias, ele havia esquecido o sabor da comida. Ele comeu um ovo cozido com uma fatia de pão e manteiga e disse aos repórteres:
- "Gostei muito do meu ovo, já tinha até esquecido o gosto. Me sinto muito satisfeito."
Por mais incrível que essa história possa parecer, vale a pena ressaltar que esse jejum extremo não é recomendado para ninguém. O jejum prolongado foi muito popular durante os anos 60 e 70, mas acabou por cair em desuso após numerosos relatórios médicos de complicações e até fatalidades.
Atualmente, os jejuns prolongados são recomendados apenas como parte de tratamentos supervisionados por profissionais de saúde e somente quando os pacientes atendem a determinados critérios médicos.
O MDig precisa de sua ajuda.
Por favor, apóie o MDig com o valor que você puder e isso leva apenas um minuto. Obrigado!
Meios de fazer a sua contribuição:
- Faça um doação pelo Paypal clicando no seguinte link: Apoiar o MDig.
- Seja nosso patrão no Patreon clicando no seguinte link: Patreon do MDig.
- Pix MDig ID: c048e5ac-0172-45ed-b26a-910f9f4b1d0a
- Depósito direto em conta corrente do Banco do Brasil: Agência: 3543-2 / Conta corrente: 17364-9
- Depósito direto em conta corrente da Caixa Econômica: Agência: 1637 / Conta corrente: 000835148057-4 / Operação: 1288
Faça o seu comentário
Comentários
Incrível 80