As ilhas Florida Keys se separaram brevemente dos EUA em 1982

O arquipélago Florida Keys é composto por cerca de 1700 ilhotas no Sudeste dos Estados Unidos, com início na ponta sudeste da península da Flórida, cerca de 25 km a sudeste de Miami, e estendendo-se ao longo de um suave arco em direção a Key West, a mais ocidental das ilhas habitadas. As Florida Keys são uma das áreas mais atingidas por furacões de todo o mundo, já que o arquipélago está localizado no centro da rota dos furacões que atingem constantemente o sul dos Estados Unidos e do Caribe. Sua superfície total é de 355,6 km² e segundo o censo de 2000, a sua população era de 79.535 habitantes.

Em 23 de abril de 1982, o prefeito de Key West, Dennis Wardlow, anunciou que as Florida Keys estavam se separando e momentaneamente declarou guerra contra os Estados Unidos. O motivo? Cinco dias antes, o governo federal havia estabelecido um posto de controle no extremo sul da Flórida para realizar buscas de imigrantes ilegais e drogas.

O Conselho Municipal de Key West reclamou repetidamente sobre a inconveniência para os viajantes, alegando que isso prejudicou a importante indústria de turismo. Quando os turistas em potencial começaram a cancelar suas viagens para Keys por causa dos longos tempos de espera relatados no posto de inspeção, Wardlow sentiu que a retaliação era necessária.

O prefeito anunciou que o posto de controle do governo constituía uma fronteira estrangeira, como se fosse uma nação estrangeira, e que as Florida Keys estavam se separando da União. Wardlow anunciou que então ele era o primeiro-ministro e renomeou a cadeia de ilhas como "República das Conchas".

Para garantir que os EUA entendessem a seriedade da questão, o novo primeiro-ministro chegou a declarar guerra contra os EUA, quebrando um pão cubano amanhecido na cabeça de um homem vestido de almirante da Marinha dos EUA.

Depois de discutir a possibilidade de criar a própria moeda do novo país, Wardlow encerrou o protesto da secessão de Florida Keys dos Estados Unidos entregando-se ao homem vestido de militar e solicitando que o governo enviasse US$ 1 bilhão em ajuda.

Sem surpresa, os EUA nunca atenderam ao pedido de Wardlow de ajuda federal solicitada após a secessão de 1982 (embora alguns cidadãos otimistas ainda estejam esperando por isso). No entanto, o governo federal interrompeu imediatamente suas inspeções, e os cidadãos da República das Conchas ainda possuem status de dupla cidadania.

Aquele protesto não foi único, em 20 de setembro de 1995, o 478º Batalhão de Assuntos Civis da Reserva do Exército dos Estados Unidos deveria realizar um exercício de treinamento simulando uma invasão de uma ilha estrangeira. Eles deveriam desembarcar em Key West e conduzir os negócios como se os ilhéus fossem estrangeiros. No entanto, ninguém do 478º notificou os funcionários da República das Conchas sobre o exercício.

Vendo outra chance de publicidade, Wardlow e as forças por trás da secessão da República de 1982 mobilizaram a ilha para uma guerra, enviando a escuna Western Union para atacar um navio da Guarda Costeira com balões de água, conchas e pãos cubanos amanhecido, ao que a Guarda Costeira respondeu com suas mangueiras de incêndio -terminando rapidamente a batalha-.

Wardlow protestou ao Departamento de Defesa por organizar este exercício sem consultar a cidade de Key West. Os líderes do 478º emitiram um pedido de desculpas no dia seguinte, dizendo que - "...de forma alguma pretendíamos desafiar ou impugnar a soberania da República das Conchas", e se submeteram a uma cerimônia de rendição em 22 de setembro.