Mugshots de crianças eduardianas que foram presas por pequenos crimes na década de 1900

Não faz muito dias e nós compartilhamos uma coleção de fotos que faz parte do estudo "Delinquência Juvenil e a Evolução dos Tribunais de Menores Britânicos" da historiadora social e cultural Kate Bradley, da Universidade de Kent, na Inglaterra. Este outro conjunto, do referido estudo, mostra fotos da Grã-Bretanha eduardiana que retratam menores presos por pequenos crimes e fazem parte de uma ampla coleção fotográfica dos arquivos do condado de Tyne Wear. A idade dos jovens começa dos 12 anos até os 21 anos, que era a idade legal da maioridade.

Quando Eduardo VII assumiu o trono em 1901, Vitória reinava por tanto tempo -64 anos- que a maioria das pessoas não conseguia se lembrar de um monarca anterior. Seu nome era sinônimo de poder, sendo a figura de proa de um império "no qual o sol nunca se põe".

Mas a era eduardiana não era realmente a "longa tarde ensolarada" que alguns descreveram. O reinado de Eduardo começou em um período de incerteza nacional, e os eduardianos enfrentaram um período de instabilidade que teve suas raízes no passado. Uma olhada nas estatísticas dos livros mostra que, embora a Grã-Bretanha ainda fosse a nação mais rica da Europa, outras estavam alcançando.

As questões sociais que surgiram durante o reinado de Vitória começaram a se infiltrar durante a era eduardiana. A principal delas era a alta taxa de pobreza entre as classes trabalhadoras. 77% da população vivia nas cidades lotada e, em muitos casos, os salários realmente caíram, embora o custo de vida continuasse a crescer.

Os pequenos crimes, especialmente entre crianças, aumentaram acentuadamente no início do século XX. Procurar razões não é simples, mas a resposta curta tem que ser o aumento da pobreza urbana como resultado da crescente atividade industrial.

À medida que as pessoas afluíam às cidades na esperança de encontrar trabalho, a pobreza aumentava e as favelas proliferavam. As crianças sofriam com a violência em casa e a pobreza fez com que muitos faltassem à escola e fossem às ruas para se envolver em pequenos furtos e roubos.

O sistema legal britânico introduziu diferentes tratamentos para jovens infratores a partir da década de 1850, quando as escolas reformatórias e industriais foram introduzidas pela primeira vez.

Além da criação de novas medidas punitivas para lidar com os jovens, foram aprovadas leis retirando as crianças de certas áreas da indústria e restringindo suas atividades em outras, enquanto o ensino fundamental obrigatório foi introduzido em 1870.

Em 1889, a "Carta da Criança" introduzia proteções legais para crianças de vários tipos de crueldade e permitia que o Estado interviesse na vida familiar. Os esforços cresceram como uma bola de neve, enquanto os ativistas pressionavam nas décadas de 1890 e 1900 por maior proteção legal e cobertura para crianças e jovens.

Essas mudanças fizeram parte de uma evolução gradual no conceito de infância e de um interesse crescente em como as experiências da juventude moldavam o adulto.

Essas novas leis faziam parte, entre outras coisas, de um esforço para melhorar a condição dos jovens, proporcionando-lhes novas oportunidades e proteções; uma crescente consciência da importância da infância para o desenvolvimento; e de tentativas de impor uma concepção de infância de classe média às classes trabalhadoras.

As mudanças na percepção da infância levaram a novas ideias sobre as formas como o jovem delinquente e vulnerável deve ser tratado pelo Estado. A partir da década de 1880, os ativistas começaram a pedir, em particular, a criação de um tribunal especial para lidar com casos envolvendo crianças e jovens.

Esses esforços finalmente deram frutos na "Lei da Criança de 1908, uma das várias reformas dos governos liberais de 1906-14, que incluía o fornecimento de refeições escolares, inspeções médicas escolares e pensões para órfãos.

O objetivo do reformador era fornecer tratamento individual para crianças problemáticas e neutralizar o impacto da influência dos adultos pobres. Eles acreditavam que as famílias disfuncionais eram a principal causa da delinquência juvenil. Mais especificamente, que as crianças das favelas se comportavam mal e infringiam a lei porque não eram cuidadas por seus pais de maneira "apropriada".

Susan Joice, 16, presa por roubar 10 xelins (50 centavos) de um medidor de gás. 1903.

William J. Kay, 18, preso por suspeita de planejar um crime. 1907.

Stephen Fitzgibbon, 17, preso por uma série de roubos. 1907.

Charles Pearson, 19, preso por roubar escritórios. 1907.

Thomas Pearson, 16, preso por roubos de quintais. 1907.

Francis Smith, 20, preso por roubar um vaso de cobre. 1908.

John Legg, 19, preso por roubar cerveja. 1905.

Arthur Convery, 19, preso por roubar um medidor de gás. 1905.

Edwin Frankland, 17, preso por invadir uma casa. 1905.

David Lloyd, 15, preso por roubar escovas e uma caixa de sapateiro. 1902.

George Wilson, 17, preso por roubar seu pai. Foi o próprio pai que o entregou. 1907.

Edward Roberts, 19, preso por roubar um medidor de gás. 1905.

John Dowson, 19, preso por roubar um medidor de gás. 1905.

George Herbert Morton, 17, preso por roubo. 1906.

Percy John Proctor, 16, preso por fraude. 1906.

George Thompson, 17, preso por roubar a loja de um navio. 1903.

John Fatherley, 16, preso por roubar a loja de um navio. 1903.

Charles Marr, 14, preso por desacato -parece que ainda levou uma surra-. 1906.

John Scott, idade não especificada, preso por roubar a porta de uma loja. 1906.

Thomas Wallace, 18, preso por atentado ao pudor. Thomas estava mijando na rua. 1905.

Benjamin McMurdo, 15, preso por invadir um loja. 1905.

William Balmer, 15, preso por arrombamento de lojas. 1902.

George Burn, 14, preso por roubar escovas e uma caixa de sapateiro. 1902.

Dora Agnes Sanderson, 16, presa por roubo. 1906.

Alice Maud Marr, 17, presa por roubar capachos. 1907.

Thomas Kane, 16, preso por roubar um pônei, arreio e uma pequena carroça. 1904.

Gilbert Wheatley, 19, preso por vadiagem com a intenção de cometer um crime. 1904.

Oscar Carlson, idade desconhecida, preso por roubo. 1903.

William Wadham, idade desconhecida, preso por dormir ao relento na calçada. 1904.

George Taylor, 17, preso por suspeita de planejar um crime. 1907.

Percy Swallow, 16, preso por roubar um relógio. 1907.

Margaret Leadbitter, 12, presa por roubar dinheiro de outras crianças. 1904.

Margaret Ann O"Brien, 14, presa por obter dinheiro com falsos pretextos. 1904.

William Morrissey, idade desconhecida, preso por dormir ao relento. 1904.

William Wilson, 16, preso por roubar um peixe. 1905.

Robert Richardson, 18, preso por invasão de domicílio. 1907.

Sidney Forrest, 17, preso por roubar um par de rédeas e dois chicotes. 1908.

Charles Johnson, idade desconhecida, preso por roubar contra-pesos de janela guilhotina. 1904.