Em um gesto para chamar a atenção para o enorme desmatamento que assola a floresta amazônica, o fotógrafo francês e artista de rua Philippe Echaroux projetou os rostos de indígenas brasileiros nas árvores da floresta. As imagens projetadas demonstram a profunda conexão entre a floresta tropical e seus habitantes, reconhecendo a necessidade de preservar sua casa e seus recursos.

Admiro a elegância e tranquilidade com as quais os animais idosos, sobretudo os cães, aceitam a morte. Chegado o momento, retiram-se para descansar em um canto até que a doce morte lhes visita. É triste e comovente, sim... mas não tem nada de absurdo. Parece que eles sabem aceitar o final muito melhor do que nós. Nada mais. Nada menos. Simples e inteligente, nada a ver com a teimosia humana e seu empenho por arranhar, a todo custo, alguns minutos a mais de vida.

A realidade tem diferentes planos, e com isto não queremos fazer uma afirmação esotérica ou metafísica, senão justamente o contrário: uma ancorada de cheio no que nos rodeia, o que podemos observar e comprovar com evidência. Isto, no entanto, não quer dizer que a realidade esteja isenta de assombro. De fato poderia ser dito que cada um desses planos possui ao menos um motivo de surpresa para nosso limitado entendimento.

Quando morava em Hanói, a fotógrafa Loes Heerink estava certo dia procurando motivos para enquadrar com sua câmera, sobre uma ponte, quando lhe chamou a atenção uma visão sui generis que era uma peça de arte em si própria, a visão de um vendedor ambulante e seus produtos passando lá em baixo parecia uma obra de arte acabada. A partir dai ela começou a passar horas em um par de pontes da capital do Vietnã esperando os vendedores passarem para poder registrar a beleza, simetria da arte que o simples movimento de rua, em um determinado ângulo, pode proporcionar todos os dias.

Vadim Stein é um fotógrafo ucraniano que capta imagens elegantes de bailarinos em movimento. Morando hoje em São Petersburgo, Rússia, Vadim foi originalmente educado na esfera da escultura e restauração, e sua fotografia é claramente inspirada por sua formação artística já que muitas vezes seus modelos evocam a imagem de estátuas graciosamente fantásticas prontas para a eternidade em várias posições fascinantes.

Quando criança, Felix Hernandez Rodriguez tinha uma enorme imaginação, trancando-se no quarto por horas com seus brinquedos. Agora, o fotógrafo e artista digital que mora em Cancun, México, foi contratado pela Audi para fotografar o seu carro esportivo Audi R8, um esportivo de luxo, que normalmente é vendido por cerca de 500 mil reais. Mas ao invés de criar uma grande sessão fotográfica cheia de gente bem vestida, pilotos e lindas modelos, Felix criou tudo que a marca precisava usando um modelo em escala que custou apenas 100 reais e alguns produtos de cozinha.

Bobby Neel Adams tinha 36 anos quando percebeu o quanto ele se assemelhava a uma foto dele mesmo quando tinha 6. Ele se inspirou então a criar uma imagem composta, emendando as duas fotos (última imagem). Isso foi em 1989, e ele não dispunha das técnicas modernas. Para conseguir estas composições ele avaliava as duas imagens na câmara escura para ver se tinham as mesmas proporções e impressões semelhantes. Uma vez que as fotografias secavam ele rasgava o retrato mais recente e colocava em cima da foto da escola, colando-a por baixo com cola vulcanizante.

Nem todos os sonhos são realizados. Sempre sonhamos com coisas que desejamos na vida, coisas como viajar, estar junto dos entes queridos, poder abraçar o ser amado, ter um carro, uma casa, e basicamente qualquer coisa. Mas procrastinamos ontem por que não tínhamos tempo, ignoramos hoje porque temos trabalho e toda uma família para sustentar e amanhã talvez já não possamos fazer nada porque tudo não passava mesmo de um sonho. O caso é que quando nossos sonhos não são realizados, ficamos submersos na mais profunda das decepções e isto pode ser ainda pior quando somos idosos.

Em uma recente visita ao Japão, o fotógrafo francês Romain Veillon registrou a beleza assombrosa do Nara Dreamland, um dos mais arrepiantes parques temáticos abandonados do mundo. Construído em 1961, o Nara Dreamland foi inspirado na Disneyworld da Califórnia, nos EUA, mas caiu no abandono depois de fechar em 2006 devido à diminuição do número de visitantes. Desde seu fechamento há uma década, as atrações do parque foram deixadas para se decompor, desde de uma xícara de chá do carrossel estagnada que está sendo engolida pela vegetação até um castelo cor de rosa vazio que está se desintegrando.

Uma exploração elegante do movimento, o Projeto Dance NYC apresenta fotograficamente a beleza e a graça da dança. A série começou em 2014, quando Ken Browar, um fotógrafo de moda e beleza, e Deborah Ory, uma dançarina com experiência em fotografia editorial, começaram a fotografar dançarinos contemporâneos para um projeto de cunho pessoal. Na verdade O casal estava decorando o quarto da filha, que quer ser bailarina, e não encontraram fotos suficientes para isso que mostrassem estrelas da dança contemporânea, de modo que decidiram fazer eles mesmos.

Pelo simples fato de que estamos descobrindo o mundo, quando crianças temos uma curiosidade felina. Nesses primeiro anos tudo é novo, tudo é tocável, tudo é cheiroso, tudo é um ponto de interrogação. Foi por isso que quando Stanley, um pequenino de 19 meses, encontrou a antiga câmera de seu pai, Timothy Jones, um fotógrafo Militar de Bristol Inglaterra, tudo se tornou mágico e incrível. Timothy o ensinou a pressionar o botão e a dizer "X" para registrar fotos, Pronto! Ele fez o resto.

Em 2010, o fotógrafo sul-Africano John Thackwray começou uma viagem por todo o mundo com uma fotosérie em mente intitulado "Meu Projeto de Quarto". Através da instalação temporária de uma câmera no teto do quarto de cada participante, ele registrava os detalhes íntimos de seus espaços mais privados e, em seguida entrevistava lhes sobre os seus estilos de vida e culturas. A série fotográfica, que inicialmente começou com alguns amigos em Paris, se estendeu por milhares de quartos em mais de 55 países, desde o Teerã e Tóquio até a Nova York e o Nepal.