Várias mulheres, ao longo da história, serviram com lealdade, valentia e eficácia à espionagem. Considerada área exclusiva de homens, esta atividade conta com expoentes femininas de extraordinária relevância. Protagonistas das duas guerras mundiais, utilizaram sua inteligência, valentia e beleza para obter acesso a segredos. Suas atuações moldaram o curso dos acontecimentos bélicos da história. |
Algumas delas foram condecoradas por servir durante a Segunda Guerra Mundial, outras, não tiveram tanta sorte e foram condenadas e assassinadas. Abaixo listo dez espiãs de destaque nas estratégias militares prévias ao século XXI.
Melita Norwood. Foi uma cidadã britânica de ideais comunistas. Trabalhou em um centro de investigação nuclear secreto para obter acesso a documentos confidenciais. Seus ideais não alarmaram a polícia britânica, mas sim chamaram a atenção dos soviéticos, que em 1940 a recrutaram como espiã.
Durante as seguintes quatro décadas dedicou-se a vazar documentos secretos de Estado a seus assessores soviéticos. A existência de Norwood foi descoberta depois que Vasili Mitrokhin, dissidente da KGB, conseguiu, nos anos 90, acessar os arquivos dos serviços secretos da Rússia.
Brita Tott. Em 1442, a filha de uma nobre família dinamarquesa casou-se com um integrante da família real sueca. Dez anos depois, os suecos tiveram um enfrentamento com os dinamarqueses. Durante essa época, Brita converteu-se na espiã perfeita para sua terra natal e transformou-se em cúmplice da conspiração para matar o rei sueco Carlos VIII.
Quando o rei se deu conta da traição, foi declarada culpada e condenada à fogueira. O castigo foi trocado por um outro que consistia em ser enterrada viva em uma parede; mas finalmente permitiram que vivesse até o final de seus dias em sua terra natal.
Princesa Stephanie Julianna Von Hohenlohe. Foi membro da rica e bem relacionada aristocracia alemã da década de 1930. Mudou-se para Londres, onde rapidamente socializou e seduziu com sua beleza a ministros do gabinete e membros da alta realeza. Com o tempo, seu atrativo sexual converteu-se em ouro para a espionagem a favor de Hitler.
Quando explodiu a Segunda Guerra Mundial, seus serviços como espiã para os alemães em Londres terminaram. Stephanie decidiu mudar-se para os Estados unidos, com seu amante Fritz Wiedemann. Ali foi contratada pelo governo para criar um perfil psicológico e uma análise de personalidade de seu antigo amigo, Adolfo Hitler, em 1943.
Elizabeth Bentley. Começou sua carreira de espionagem pensando que trabalhava para o Partido Comunista dos Estados Unidos, quando realmente estava trabalhando para a polícia secreta soviética. Apesar dessa confusão, Elizabeth converteu-se, durante a Segunda Guerra Mundial, em uma das espiãs soviéticas mais bem sucedidas dos Estados Unidos.
Ela vazou informação secreta dos nazistas a seus assessores soviéticos, mas depois da morte de seu amante e contato com o regime soviético, desertou, pois não conseguiu resistir a perda. Depois do acontecimento, foi ao FBI e forneceu cerca de 150 nomes de espiões soviéticos, incluindo dezenas de empregados do país norte-americano.
Lona Cohen. Membro do Partido Comunista, serviu como mensageira para Theodore Hall, físico do Projeto Manhattan, e vazou segredos atômicos aos soviéticos. Após a guerra, ela e seu marido se mudaram para Londres, quando foram peça chave da famosa rede de espionagem de Portland, que enviou secretos britânicos navais aos soviéticos.
Foi julgada e condenada a oito anos de prisão pelos britânicos, uma condenação reduzida da original que era de 20 anos. Tempo depois, a URSS negociou com os britânicos a troca de prisioneiros e espiões, na qual
incluía Lona que foi recebida na União Soviética com uma heroína ao receber uma medalha de honra.
Violette Szabo. Foi membro do Special Operations Executive da Inglaterra, e prestou um breve apoio à espionagem em missões de reconhecimento e apoio à Resistência Francesa. Pouco depois do Dia D, foi capturada pelas tropas alemãs logo após um intenso tiroteio. Foi levada ao campo de concentração de Ravensbruck.
Sua valentia desafiou às autoridades e inspirou os demais presos, razão pela qual foi conduzida a execução em 1945, quando tinha 23 anos. Sua beleza, galhardia e curta vida contribuíram muito para exacerbar a lenda a seu respeito. Livros sobre sua história foram escritos e inclusive o Xbox 360 inspirou-se nela para realizar o jogo Velvet Assasin.
Virginia Hall. Foi agente do Conselho Executivo de Operações Especiais da Grã-Bretanha. Executou inumeráveis missões em apoio a Resistência Francesa, ganhando a reputação de ser capaz de escapar qualquer situação, inclusas as batidas militares nazistas. Em 1944 fugiu para Espanha a pé e uniu-se ao Escritório Estadunidense de Serviços Estratégicos.
Mais tarde, regressou a França para treinar as forças da resistência, estabelecer casas de segurança e reunir informação valiosa sobre o exército alemão. As façanhas de Virginia são ainda mais impressionantes pelo fato de que perdeu parte de sua perna na década dos 30 e caminhava com umas prótese de madeira.
Krystyna Skarbek. Seu talento pouco convencional durante os seis anos que trabalhou como agente especial para o Special Operations Executive da Inglaterra transformou Krystyna em uma das espiãs mais bem sucedidas da Segunda Guerra Mundial. Boicotou missões da Polônia, Hungria, França e Egito.
Sua fama aumentou quando salvou a vida de dois agentes que estavam a ponto de ser executados pela Gestapo. Krystyna disse que era sobrinha de um membro do alto comando britânico. Terminada a guerra, foi abandonada, tanto por seu país de origem, Polônia, como pela Inglaterra. Foi assassinada em 1952 por um amante despeitado e bêbado em um bairro humilde de Londres.
Nancy Wake. Trabalhava como jornalista na França quando a Segunda Guerra Mundial explodiu. Rapidamente ofereceu-se para ser mensageira da Resistência e em pouco tempo estabeleceu uma rede de espionagem tão extensa e eficaz que a Gestapo pôs sua cabeça a prêmio.
Diz-se que além de suas habilidades de espionagem, tinha grande destreza física. Foi acusada de matar um soldado alemão com suas próprias mãos. Terminada a guerra, mais de cinco países honraram-na com os mais altos prêmios civis. É uma das espiãs mais condecoradas da Segunda Guerra Mundial.
Mata Hari. Nascida em uma família endinheirada holandesa, Margaretha Geertruida Zelle chegou a Paris recém-divorciada, converteu-se em Mata Hari -que em malaio significa olho de cisne-, uma das nudistas mais reconhecidas do momento. Viajou por vários países e converteu-se na cortesã de alguns dos homens mais ricos do governo e do exército.
Quando explodiu a Primeira Guerra Mundial, os franceses a consideraram suspeita de espionagem para os alemães, apesar de que tinha trabalhado para eles. Ainda que tenha assegurado ser leal a França, foi presa em 1917 executada oito meses depois por seus próprios chefes.
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Comentários
Tem uma espião alemã na Primeira Guerra Mundial, que nunca foi pega, e fez horrores contra os franceses, ela falava frances perfeitamente, passava por nobre, enfermeira e outras coisas. BUsco informações adicionais sobre ela, por sinal nunca foi pega!
Queria saber se a espiã Elizabeth Bentley é a mesma espiã que a atriz Carice Van Houten faz no filme Black Book. Porque são histórias parecidas.
Prefiro ainda as 3 Espiãs de Mais
É,sempre tem uma mulher no meio! 8)
James Bond é fichinha perto delas... :lol:
Traduzindo, nunca confie nas mulheres ^^
Conheço três espiãs que assistia quando era criança :roll:
Conheço espiãs que mudaram os rumos... de um site!