A cédula e o cheque de maior valor na história

Eu já falei da terrível hiperinflação sofrida pela Alemanha nos anos 20 na qual, por exemplo, a passagem de metrô passou de 0,10 marcos, em 1918, a 150 milhões nos anos 20; mas se compararmos com a cédula emitida no Zimbábue e o cheque da Mitsubishi UFJ Financial Group fica parecendo brincadeira de criança.

O caso do Zimbábue, igual ao da Alemanha, aconteceu por causa da brutal hiperinflação. Segundo os dados do Cato Institute, Zimbábue foi o primeiro país no século XXI em atingir a hiperinflação em fevereiro de 2007, quando a taxa de inflação chegou aos 50% por mês e em 14 de outubro de 2008 aos 89.700.000.000.000.000.000.000% anual (ver tabela no link anterior), fazendo com que os preços se duplicassem a cada 24 horas. Ante esta situação o Banco Central dos Zimbábue emitiu uma cédula cujo valor nominal era de 100 trilhões de dólares.

O caso do cheque nada tem a ver com a hiperinflação senão com algo tão atual como o resgate de uma entidade financeira em bancarrota: a estadunidense Morgan Stanley. Em setembro de 2008, o Mitsubishi UFJ Financial Group e a Morgan Stanley anunciaram o acordo pelo qual o banco japonês adquiria, por um valor de 9 bilhões de dólares, 21% da Morgan Stanley. No dia que iriam realizar a transação, 13 de outubro de 2008, coincidiu com o Columbus Day (festa americana que é celebrada na segunda segunda-feira de outubro) no qual os bancos americanos fecham. Portanto, não conseguiram fazer a transação eletronicamente e o Mitsubishi UFJ Financial Group emitiu um cheque com dito valor.