Alguns experimentos sociais resultam inovadores para a população mundial; outros, simplesmente, um desastre. Este é o caso de Kilamba, uma cidade fantasma localizada a 30 quilômetros de Luanda, a capital angolana construída por uma empresa chinesa chamada China International Trust and Investment Corporation. |
Kilamba é uma cidade de 5 mil hectares de extensão total que é considerada um dos projetos mais ambiciosos no continente africano. No entanto, tudo resultou ser um engano que terminou em uma cidade semi-vazia com toques nostálgicos cheios de tristeza. Os preços elevados dos bens resultam inalcançáveis para a população africana da zona que, geralmente, subsiste com não mais de 5 reais ao dia.
A publicidade de Kilamba é uma fraude: nela mostram pessoas felizes, famílias convivendo saudavelmente em um meio pacífico e confortável, mas a realidade é diametralmente oposta a estas cenas. Os supostos habitantes são apenas atores.
As postais de Kilamba podem ser vistos por toda a cidade: milhares de apartamentos vazios, algum carro que circula esporadicamente, as vazias e enormes ruas de asfalto, o concreto pálido no qual se reflete a solidão da cidade. Assim é Kilamba.
Só existe um lugar para comprar comida, um pequeno supermercado que, devido à distância do lugar, vive desabastecido constantemente.
Sebastião Antonio, um jovem de 17 que frequenta à única escola de Kilamba, assegura que é o lugar ideal para jogar futebol e basquete, já que, em comparação com Luanda, é bem mais tranqüila e menos violenta. Ainda que assegure que jamais se mudaria para Kilamba pela falta de emprego que impera na cidade fantasma.
O mesmo acontece com Jack Francisco, que recentemente começou a trabalhar varrendo as ruas da cidade, mas que, devido aos altos custos de manutenção, lhe é impossível viver nela. Ainda assim, assegura que é um lugar seguro e tranquilo.
Um apartamento em Kilamba oscila entre os 120 mil e 200 mil dólares (240 e 400 mil reais). Um preço impraticável para a maior parte dos habitantes de Angola. Mas talvez este não seja o principal problema, ainda há que enfrentar o difícil acesso a um crédito hipotecário.
O contraste entre a população é notavelmente marcado. Por uma parte estão os ricos que podem custear o estilo de vida Kilambês, enquanto o outro setor populacional só traz uns centavos na carteira.
Assim é Angola, assim é Kilamba, assim é o contraste social nesta região africana que bem poderia ser o cenário de um videogame como Silent hill ou Resident Evil.
Fonte: BBC.
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Comentários
Mas por que diabos uma empresa constrói tudo isso sem perspectiva de vendas?
Quanto deve gastar só em manutenção? Sorte que não foi depredada.
Aspecto agradável? Essa cidade é muito sinistra, é grande de mais pras ficar assim tão vazia e de noite então.... Depois fica na fronteira de Nada com Coisa Nenhuma, é muito fora da cidade. Eles agora começaram a sortear casas para o povo mas ate quem ganha não quer se mudar pra la. =o
Tem sim um aspecto agradável, comparada a outras cidades fantasmas que já vi.
Aspecto agradavel? Parece mais minha "casa minha vida"
120 mil e 200 mil dólares (240 e 400 mil reais). Um preço impraticável para a maior parte dos habitantes de Angola.
kkkkkk impraticável até pros habitantes de Diadema -SP-
Uma cidade fantasma, mas com um aspecto agradável.
Que tal invadir?
Esqueci do vídeo. ^^
Achei que ia rolar umas fotos, o post fica meio vazio sem visualizar o que esta escrito. Triste mas esta é a expectativa do visitante de hoje em dia.
Kilamba..nça!!!
O nome da empresa reforça essa ironia: China International "Trust" and Investment Corporation.