- "Olá, meu nome é Hisham Fageeh, sou um ativista social...", assim inicia o vídeo no qual este árabe canta a favor do direito das mulheres a dirigir um automóvel. Hisham fez sua própria versão à capella multi-trilha de uma das canções mais famosas de Bob Marley, "No woman, no cry" (1974), que ele intitulou "No woman, no drive", em defesa das mulheres sauditas, que no final de outubro organizaram um protesto para defender seu direito a dirigir, atividade que é estritamente proibida para elas em seu país. |
De fato, mulheres gravaram elas mesmas dirigindo em diferentes cidades da Arábia Saudita, desafiando as advertências do Governo, que vem ameaçando perseguir àquelas que participem da campanha contra a proibição de que as mulheres guiem veículos no reino.
A canção deste ativista social foi publicada, coincidindo com a campanha Conduzir, em 26 de outubro, que pedia às sauditas com licença internacional para dirigir que guiassem seus carros nas ruas e estradas e aos cidadãos em geral para que colocassem o logo do protesto em seu veículo.
Enquanto isso, "No woman, no drive", atingiu 3 milhões de visitas no seu primeiro dia, e até hoje já conta com mais de 10 milhões.
Cabe destacar que apesar de que o rei Abdullah da Arábia Saudita tenha impulsionado algumas reformas importantes a favor das mulheres nas áreas de educação e do emprego, o mandatário trata de não arrumar conflitos com os clérigos mais conservadores que em pleno século XXI ainda pregam a inferioridade feminina. Neste caso específico, frente a opinião pública mundial, o xeque Saleh al-Lohaidan, que tem um grande número de seguidores entre religiosos conservadores influentes, postula que:
- "Se uma mulher dirige um carro, sem nenhuma necessidade, poderia ter impactos fisiológicos negativos, como demonstrado por estudos médicos funcionais e fisiológicos, que afetam automaticamente os ovários e empurram a pélvis para cima. Por isso acreditamos que mulheres que dirigem regularmente têm filhos com problemas clínicos de diferentes graus", disse ele sem citar nenhum estudo.
Fonte: Yahoo News.
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Comentários
E esse impedimento desse direito da mulher nem é por questão religiosa, eles extremam a religião de uma forma que seja conveniente a eles, os homens, os "chefes".
Conservadorismo ou extremismo em qualquer religião não são boas, e sempre procuram favorecer certo grupo, e acho que (aff)isso não representa a religião.
Conheci muitos xeiques e religiosos muçulmanos, homens e mulheres, e claro que algumas vezes existem discordâncias entre eles sobre certos assuntos dentro disso, mas os mais sensatos sempre são igualitários, e não existe isso de inferioridade, e tem esposas e maridos, que tem vida normal, feliz e livres, mas em volta de suas crenças, sem repressão.
Curiosamente, lá o número de mortes no trânsito é de 29/100.000 habitantes. Aqui no Brasil, 18/100.000 (dados de 2008 ).
Ou seja, os homens lá não estão tornando o trânsito mais seguro rebaixando as mulheres. De qualquer forma, eu acho o trânsito perigoso, e tenho medo quando minha esposa dirige sozinha, embora concorde que cada um está no seu direito. Sei lá, já vi cada coisa na rua que não gosto nem de falar.
Sem comentários para a declaração do último parágrafo.