Caras manchadas e coradas, roupas sujas, terra debaixo das unhas... esta clássica imagem de uma criança que passou a tarde inteira em um parque, trepado em uma árvore, correndo no pasto ou jogando futebol, é cada vez mais escassa. E ainda que recentes estudos asseguram que as mães gostariam de ver seus filhos brincando em espaços livres, a verdade é que a insegurança, a falta de tempo e sobretudo o uso desmedido das novas tecnologias fazem com que esse desejo seja praticamente impossível. |
Via All you who hope
A desconexão das crianças com seu meio e com a natureza levou inclusive à criação de eventos como a "Semana Mundial do Brincar", que promoveu os benefícios da brincadeira ao ar livre em colégios, feiras e bibliotecas por todos os estados do país.
Um estudo recente na gringolândia demonstrou que mais de 50% das crianças em idade pré-escolar nunca brincaram ao ar livre com seus pais; nem sequer saem a caminhar; pisar na grama ou na poça de barro descalço, nem pensar! Me parece um pouco triste quando vejo pais que não tem tempo nem vontade (o que é pior) de brincar com seus filhos ao ar livre. Muitas mães inclusive castigam os pequenos quando estes sujam suas roupas. Tremenda besteira! A curiosidade inata dos pequenos está sendo limitada por esta falta de contato com o mundo verde.
Os espaços verdes favorecem a coordenação motora das crianças e o desenvolvimento de seu sistema músculo-esquelético. Quando elas brincam ao ar livre queimam calorias e descarregam toda sua energia, dado que mantêm-se ativos, sentem mais fome e assimilam com maior facilidade os alimentos; ademais, o cansaço derivado de seu contínuo movimento favorece um melhor descanso a noite.
É verdade! Dificilmente um pestinha que passa o dia inteiro correndo e brincando no quintal vai ter que ser tratado do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. O aumento dos transtornos no desenvolvimento das crianças poderia ser consequência desta ausência de natureza e ação na vida dos pequenos.
Quando uma criança brinca desenvolve sua capacidade de força, seu movimento corporal, flexibilidade, elasticidade, trabalho em equipe, etc. Isto sem contar que a brincadeira, em si mesma, permite explorar seu meio; experimentar e conhecer objetos; aprender a brigar, a socializar, competir, criar, tomar decisões, solucionar problemas e tolerar a frustração.
Também ensina a criança a ser mais autônoma, e quando a família toda brinca, os pais inculcam seus filhos com conceitos básicos sobre tamanhos, posições, quantidades e, particularmente, novo vocabulário. Estar em um espaço verde favorece um melhor desenvolvimento dos órgãos dos sentidos: as crianças aprendem a reconhecer diferentes ruídos, texturas e cores e são bem mais criativos ao organizar suas próprias brincadeiras e jogos.
Ademais, brincar no barro e comer terra poderia ser uma forma de exercitar a inteligência. Um estudo da Universidade de Troy, em Nova Iorque, sugere que a bactéria Mycobacterium vaccae -habitante comum da lama do quintal das nossas casas- pode, além de diminuir a ansiedade, ajudar a incrementar a inteligência e as habilidades de aprendizado.
Por isso não importa o local ou seu contexto cultural, não importa nem sua situação econômica, as crianças podem sempre encontrar formas criativas para seus momentos de diversão lá fora, basta que os pais deem alento. E estes momentos mágicos de alegria, muitas vezes, são capturados na câmera de fotógrafos talentosos, como podemos notar na coleção que ilustra este artigo, que mostra clara e principalmente aos adultos, que não devemos deixar que a experiência e o cansaço do cotidiano sufoquem a imaginação e a esperança da criança que todos levamos dentro.
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Comentários
Beautiful pictures!
Acho a mesma coisa de tudo o que disseram. Tanto que fiquei feliz com aquele vídeo do menino com carrinho. "Taca-lhe pau, taca-lhe pau".
Lindas imagens. :lol:
E hoje só ve crianças brincando em tablet!
A preparação para o mercado de trabalho e a competição do mundo começa cada vez mais cedo – muitas vezes, sacrificando momentos como os apresentados no post. Não sei até onde isso é válido, atualmente.
A gente catava girino nas bicas de água e guardava nos potes de vidro de pepino.
Comia fruta do pé, "pegava boqueira" e ficava parecendo o Coringa com os cantos da boca azul.
A cabeça cheirava ruim do sol na moleira o dia todo.
Se ralava toda quando caia dos cipós pendurado nas árvores.
Chupava o mel das flores e comia azedinha arrancada na hora...
Cutucava o ninho das mirins pra roubar o mel que mesmo ruim era bom...
Nossa, eu era um moleque.
Hoje se for molhar os pés em algum riachinho acaba pegando leptospirose.
Os piás de prédio nunca vão saber a dor e a delícia de dar uma topada de tirar a tampa do dedão do pé e fazer um curativo do tamanho do pé inteiro.
Legal de ver...
Diferenças...
:-)
Época boa.