Os cães são criaturas incríveis e a vira-lata Lilica é um exemplo perfeito disso. Ela vive em um ferro-velho, anda com um grupo heterogêneo e garante que seus amigos nunca passem fome. Todas as noites, Lilica anda quatro quilômetros no escuro, enfrentando o tráfego da hora do rush, só para levar comida para os outros animais de sua "família": um cão, um gato, algumas galinhas e uma mula. |
Lilica foi abandonada em um ferro-velho em São Carlos, quando era apenas um filhote. Neile, a dona do ferro-velho, adotou a cadelinha e cuidou dela. Conforme crescia, tornou-se amiga de todos os outros animais no ferro-velho. Parece que eles oferecem calor, companheirismo e solidariedade uns aos outros.
Três anos atrás, Lilica ficou prenha e teve oito filhotes. Suas responsabilidades cresceram e ela sabia que tinha que encontrar uma maneira de fornecer alimento para seus filhotes. Foi quando ela começou a sair à noite, caminhando por quilômetros, em busca de restos. Durante uma de suas viagens noturnas, Lilica teve sorte o suficiente para conhecer a Dona Lúcia, que teve pena dela.
Dona Lucia, uma professora, diz que notou Lilica perambulando pelas ruas e percebeu que a pobre cadela revirava o lixo à procura de comida. Foi então que ela ofereceu um pouco de comida."
- "Um dia, ela parou de comer, pegou o saco de comida aberta e fugiu com ele. E a comida foi caindo do saco ao longo do caminho. Então, no dia seguinte, quando ela terminou de comer eu amarrei o saco e ela pegou. A partir daí, é assim que fazemos. Eu amarro o saco e ela carrega", diz a mulher.
Um dia, Dona Lucia seguiu Lilica, e descobriu por que ela pegava a sacola todas as noites. Ela estava carregando a comida de volta para o ferro-velho.
- "No começo, ela trouxe comida para seus filhotes, mas com o tempo ela começou a trazer comida para os outros animais aqui no ferro-velho também", disse Neile.
Os filhotes foram adotados, mas Lilica não parou. Nos últimos três anos, todas as noites ela vai até o outro lado da cidade na casa de Dona Lúcia, que segue sua rotina diária: ela sai de casa precisamente as 21:00 e aguarda Lilica em um terreno baldio nas proximidades. O cão chega rapidamente come e recolhe o restante para seus amigos.
Dona Lúcia nem viaja ou fica muito tempo fora de casa porque sabe que Lilica confia nela:
- "...é um compromisso que eu tenho com ela, e um compromisso que ela tem comigo também porque ela vem todos os dias."
A última observação de Neile nos brinda uma bela reflexão ao lembrar que os humanos dificilmente dividimos as coisas com os outros:
- "Mas um animal dividir com outros (e de outras espécies) é uma lição para todos nós."
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Comentários
Não seria inteligente continuar deixando ela andar esta distancia todos os dias desacompanhada, ainda mais em São Carlos, onde o risco de ser atropelada só aumenta. Mas ela tem uma nobre atitude.
Isso que é amizade, bem dela, duvido que um amigo dela faria isso.Amigo daonça, peraí, amigo do cão pintado.
Bah...!!!
Sem palavras....
Deixa no chinelo muita gente que conheço...!!!
:-/
É sempre bom rever esta história de novo!
Já tinha visto essa reportagem há alguns anos. Não fiquei surpresa, pois todas boas atitudes que vem de um cão não me impressiona é natural deles, fico surpresa quando isso parte de um ser humano.
Que coisa.