Será verdade que uma barba pode hospedar mais micróbios que uma privada?

Talvez você tenha notado que, de repente, todos os homens começaram a deixar a barba crescer, alguns com maior sorte que outros, mas todos obedecendo a uma sorte de ordem silenciosa e secreta que, misticismos à parte, não é outra força a mais do que a moda. Por alguma razão pouco clara, as barbas estão na moda, desta vez acompanhadas ademais por tatuagens, uma combinação que parece invencível quanto se refere a atração sexual.

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Durante séculos, raspar a barba de um homem foi considerado um insulto maior do que matar toda sua família de maneira atroz. Símbolo de grandeza e macheza, o velo facial masculino percorreu um longo périplo desde as possivelmente abissais barbas neanderthais até as gabardines peludas dos hipsters: se os homens fossem aves, provavelmente a barba seria como um arranjo de penas para atrair às fêmeas e repelir possíveis concorrentes. Ou não?

Entretanto na atualidade, entre as muitas perguntas que pode suscitar esta explosão e crescimento repentinos do velo facial masculino, há uma em particular no domínio da higiene. Se por si só nossos corpos são o terreno natural de seres microscópicos que vivem em nossos pelos, nossa pele, nossos órgãos e mais, que passa nesse pequeno bosque obscuro que pode ser a barba cerrada de um homem?

Para responder a esta dúvida, diversos estudos analisaram a qualidade salubre de uma barba média, e seus resultados são diversos. Em 1967, uma pesquisa concluiu que as bactérias que ordinariamente o rosto de uma pessoa pode albergar, aderem com maior tenacidade a uma barba que ao próprio rosto. Por outro lado, em 2000, cientistas do Hospital de Chelsea & Westminster, em Londres, estudaram a presença de bactérias no pessoal hospitalar usuários de máscaras cirúrgicas, concluindo que estas existiam com maior significância no caso dos homens com barba, em especial na zona debaixo dos lábios.

Contudo, para além destas pesquisas, em realidade é quase nula a sustentação desse preconceito social que vê nas barbas pronunciadas um símbolo de descuido pessoal e falta de higiene. Muito menos para uma notícia sem nenhum critério científico responsável que está circulando por estes dias a propósito da presença de bactérias próprias de matéria fecal entre a barba de um homem com base na análise de meia dúzia de homens de uma cidade do Novo México, EUA.

De modo que, se estava pensando em raspar a barba por estas especulações, saiba que é muito mais provável encontrar coliformes fecais na língua dos editores de sites que manifestam estas notícias imprudentes e sem metodologia, próprias de pasquins, do que na sua bem cuidada e bela barba.

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Fonte: The Atlantic.
Fotos: Flower Beards.