Na Idade Média, em uma época supostamente cheia de analfabetos e pessoas truculentas e cruéis, a Igreja estava espalhada por todas as partes e, sobre ela, as gárgulas. Mas estas criaturas mitológicas talvez sejam as mais incompreendidas de todas as que pululam por bestiários e tratados demonológicos: elas são mais do que apenas estátuas assustadoras e bizarras, mas pairam tanto tempo em torno de vilas e cidades ao longo dos séculos, que muitos nem sequer sabem o seu real significado e propósito. |
A palavra diz muito delas: "gargoille", em francês, é originalmente "garganta". Na Alemanha são chamadas "wasserpeier" ("vomitador de água"), termo análogo ao holandês "waterspuwer" ("cuspidor de água"). Toda esta terminologia aponta a sua utilidade arquitetônica; as gárgulas são um elemento necessário nas catedrais para desaguar os telhados mediante imperceptíveis canos que as atravessam. Mas suas formas demoníacas já contam outra história.
Os arquitetos e sacerdotes medievais aproveitaram a necessidade do desaguadouro para enviar uma mensagem aos incrédulos. As gárgulas, com suas garras afiadas que se estendem para o céu, eram advertências contra o comportamento dos pecadores.
Ai daquele que se aproximasse à igreja com uma consciência suja! Aí estavam os dragões, serpentes e leões nas alturas escrutando e vigiando o transeunte, recordando-lhe constantemente o destino trágico de sua alma, aquilo que o esperava do outro lado se ele fizesse a besteira de desviar da santa casa que jazia debaixo de suas garras. Os mesmos traços demoníacos destas gárgulas, de horror em seu estado puro, protegiam os sacerdotes e crentes do maligno que quisesse entrar em sua igreja.
Ao que parece, se tornou tão poderosa a tendência de construir gárgulas que muitas, no período da Alta Idade Média, já nem sequer serviam de aqueduto. Eram meros monstros patibulares em eterna vigilância sobre catedrais góticas e barrocas. Mas com o tempo foram perdendo a força de sua função nas mãos de turistas confusos ante a sua mensagem.
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