Este velho homem de 80 anos tinha um bom motivo para estar com pressa de ver a esposa

Quando ví o segundo vídeo do vovô romântico, postado hoje mais cedo, não pude deixar de inferir que o verdadeiro amor é mais do que apenas um sentimento ou uma sensação. É um estado de espírito que ultrapassa o mero apego pessoal ou uma forte atração física, isto é, paixão ou tesão. Aqueles que aprenderam, viveram e realmente amaram outra pessoa, vão saber que esta interpretação clássica do amor é verdadeira: "Amar é... a preocupação leal, benevolente e altruísta com o bem do outro".

Eu já ouvi muitas histórias reconfortantes sobre a dedicação profunda que os apaixonados sentem um pelo outro. Esses amores que se mantêm firme mesmo quando são confrontados com o mais doloroso dos obstáculos.

Uma antiga história, contada na antiga internet a lenha com os modens de 2400 bps, foi supostamente escrita por uma enfermeira, em seu plantão no hospital, que estava meio intrigada com um senhor idoso que demonstrava a maior agitação, como se tivesse bicho carpinteiro, para ir embora ver a esposa. Uma história que nos fala do mais genuíno tipo de amor.

Era uma manhã movimentada, cerca de 08:00, quando Seu João, um senhor idoso de 80 anos, veio retirar os pontos de um ferimento em sua mão esquerda. Ele foi logo afirmando que estava com pressa, que tinha outro compromisso às 08:30 horas.

Da minha parte, fiz o atendimento de praxe, medindo sua pressão, pulsação e fazendo a ausculta cardíaca. Estava tudo bem, Seu João era forte como um touro. Então pedi que aguardasse na antessala já que demoraria pelo menos uma meia hora para que fosse atendido pelo médico.

Mas Seu João não se aquietava e depois de presenciar o desassossegado homem indo para lá e para cá e olhando para o relógio diversas vezes, decidi que, já que não estava ocupada com outro paciente, iria avaliar sua ferida.

Depois de ver que estava bem cicatrizada, falei com um dos médicos, e peguei os suprimentos necessários para remover suas suturas e aplicar um novo curativo em sua lesão.

Então, para puxar conversa, perguntei se ele tinha uma consulta médica esta manhã em outro lugar, já que estava com tanta pressa. Seu João me disse que não, que só precisava ir para a casa de repouso para tomar café da manhã com sua esposa. Foi quando perguntei sobre a saúde dela. Ele me disse que ela estava lá a um bom um tempo, e que era vítima do Alzheimer.

Quando terminei de fazer o curativo, brinquei que ela devia estar preocupada e chateada por ele estar atrasado. Ele respondeu que a esposa já não sabia quem ele era, que não o reconhecia há pelo menos cinco anos.

- "E o senhor vai lá todas as manhãs, mesmo que ela não saiba quem é o senhor, como assim?", perguntei entre a surpresa e o desconcerto. Ele sorriu enquanto me cumprimentava com energia, me agradecendo o atendimento, e disse:

- "Ela não me conhece, mas eu ainda sei muito bem quem ela é".

Enquanto seu João ajeitava as calças com passos largos e acelerados em direção a saída do hospital, senti arrepios na espinha e desejei com todas as forças do mundo:

- "Esse é o tipo de amor que eu quero na minha vida".

O verdadeiro amor não se resume ao físico, nem ao romântico. O verdadeiro amor é a aceitação de tudo o que o outro é... De tudo que foi um dia... Do que será amanhã... E do que já não é mais!