O fim da tradição das tatuagens faciais de uma etnia de Myanmar

Quando os militares assumiram o controle de Myanmar, também conhecido como Birmânia, na década de 1960, foi o início de décadas de abuso para as pessoas da etnia Chin, uma minoria de mais de um milhão de pessoas espalhadas por dezenas de tribos na parte ocidental do país. De acordo com um relatório da Human Rights Watch de 2009, os Chins sofreram trabalho forçado, prisões e detenções arbitrárias, tortura, repressão religiosa e outras restrições às liberdades fundamentais nas mãos da junta.

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O controle dos militares começou a decair em 2010, mas sua gestão foi longa o suficiente para suprimir significativamente a cultura Chin e apagar a velha tradição Chin da tatuagem facial das mulheres.

A origem exata e significado original da tradição é desconhecida, mas está claro que no momento em que a prática foi proibida, que as tatuagens eram consideradas símbolos e marcas de beleza. Embora a prática tenha continuado de forma marginalizada e em muito menor medida, depois de ter sido banida, as mulheres jovens Chin hoje já não fazem mais estas tatuagens. As mulheres que as exibem hoje em dias provavelmente serão as última de sua espécie.

Sediada em Seul, a família do fotógrafo Dylan Goldby estava de férias na cidade de Mrauk no estado de Rakhine, em junho de 2015, quando ele decidiu fazer um passeio de barco por algumas aldeias vizinhas. Foi quando encontrou pela primeira vez membros da tribo Lai Tu Chin, cujas mulheres tatuadas têm um padrão de teia de aranha distintivo em seus rostos.

Como muitos visitantes estrangeiros antes dele, Dylan achou aquilo tudo muito intrigante e começou a fotografá-las ao longo dos próximos dois dias, enquanto ele e seu guia viajava ao longo do rio Lay Mro. Dylan voltou para a área em fevereiro deste anos, desta vez com o cinegrafista Wesley Chang, e visitou cerca de 20 aldeias, fotografando mais de 100 mulheres tatuadas ao longo do caminho. Ele também fotografou as pessoas de Lai Tu Chin com artefatos culturais e roupas tradicionais que conseguiram esconder dos militares.

Dylan agora lançou uma campanha de angariação de fundos no Kickstarter para apoiar seu próximo livro, "Hmäe Sün Näe Ti Cengkhü Nu". Todos os lucros do livro serão revertidos a apoiar esforços para fornecer água potável e educação para as pessoas de Lai Tu Chin.

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