O abraço da alma

O internauta amigo do MDig está (mal) acostumado com posts, quando gráficos, com dezenas de imagens e quase todos sabem que dificilmente faço um post falando em primeira pessoa. Mas aqui vai uma exceção, ao rever esta simples e borrosa imagem e a agonia que ela pode causar, decidi colocá-la assim... só ela. Sei lá o que acontece, mas toda vez que a vejo, me dá um nó na garganta...

Buenos Aires, 25 de Junho de 1978. Final da copa do mundo de futebol.

Após um prorrogação dramática, a Argentina vence a seleção Holandesa por 3x1. Num dos momentos mais conturbados da história daquele país, a seleção nacional oferece aos argentinos efêmeros momentos da mais pura felicidade. Um jogo de futebol que transcende a sua importância que no gramado vê depositado a única réstia de esperança de todo um povo.

No momento da vitória, na celebração de um sentimento tão puro e intenso que bem, nós brasileiros, poderemos imaginar, o goleiro Fillol ajoelha-se abraçando o companheiro de equipe Tarentini. Uma das milhares de pessoas que invadiram o campo, aproxima-se deles, é Víctor D'Aquila, um homem de 46 anos, sem braços desde os 12, dá um abraço de alma nos heróis do "Monumental de River".

Esta fotografia de Ricardo Alfieri me fez ver a final de 78 como uma das mais merecidas de todos os tempos, existindo roubo ou não.