Por que um violino da mítica marca Stradivarius é tão caro? Obviamente, faz sentido que um violino de 1794 tenha valor por sua antiguidade, mas há algo mais? O violinista Rob Landes põe a prova o som de violinos de vários preços. Seria você capaz de distingui-los? A comparação realizada por Rob começa com um humilde violino de 62 dólares (uns 200 reais) comprado on-line na Amazon. Estes são os outros modelos usado por Rob para fazer a comparação: |
Violino Stradivarius de 1735.
- Violino Vincenzo Panormo de 1794 (130.000 dólares);
- Violino Giuseppe Scarpella de 1866 (185.000 dólares);
- Violino Carlos Antonio Testore de 1700 (285.000 dólares).
Após ouvir o violino de 62 dólares, o primeiro instrumento de época parece oferecer um som bem mais limpo e potente, mas as diferenças esmaecem-se nos seguintes. Todos parecem soar incrivelmente bem, mas por que?
Os especialistas em instrumentos de corda fizeram esta mesma pergunta durante séculos. Por que um violino surgido da oficina de artesãos tão míticos como Antonio Stradivari ou Giuseppe Guarneri "de Gesu" têm esse som tão espetacular que os faz valer milhões de dólares?
Além do talento do próprio luthier, diz-se que violinos como os Stradivarius estão confeccionados com um tipo de madeira de pinho milenar, tão densa, que conduz o som com uma clareza que nenhuma madeira atual pode imitar. Outros citam os vernizes especiais empregados para tratar essa madeira (fórmula secreta, logicamente) e a qualidade das cordas confeccionadas com tripa de cordeiro em comparação com as cordas sintéticas atuais.
Violino de 50 dólares.
Em realidade, a diferença que torna tão especial esses instrumentos está em outro lugar muito diferente... As cabeças do intérprete e seu público. Em 2012, a especialista em acústica Claudia Fritz e o fabricante de violinos Joseph Curtin realizaram um experimento mítico. Pediram a 21 violinistas de diferentes idades que tocassem seis violinos diferentes. Três deles eram instrumentos recém saídos da fábrica. Os outros três eram dois Stradivarius e um Guarneri avaliados em milhões de dólares.
O teste era de duplo cego. Os intérpretes usavam óculos que lhes impediam reconhecer os instrumentos por seu aspecto. Os voluntários que cediam os instrumentos também o faziam às cegas, e até aspergiram perfume aos instrumentos com o fim de que os músicos não pudessem reconhecer pelo cheiro da madeira.
O resultado do teste foi demolidos. Só 8 dos 21 músicos escolheram um violino antigo como favorito. O resto optou por violinos novos, e nenhum deles foi capaz de diferenciar se o violino era um Stradivarius pese a que sabiam de antemão que ao menos um dos seis era obra do mítico fabricante italiano.
Em definitiva, que o mundo dos instrumentos tem muito em comum com o do vinho ou o colecionismo de antiguidades. A próxima vez que você escutar um violino não tem porque se sentir culpado se não reconhecer sua procedência. Tão só desfrute da música como desfrutaria de um bom vinho ainda que não saiba dizer a uva ou a colheita.
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O violino com a melhor faixa dinâmica é o segundo do vídeo.