Pensa em um cara cagado!!! Ele era coreano. Foi capturado pelos japoneses e pressionado para lutar contra os soviéticos. Capturado pelos soviéticos, foi pressionado para lutar contra os alemães. Capturado pelos alemães, foi pressionado a defender a Normandia, quando foi capturado pelos americanos na Utah Beach, em 1944. Esta é a história de Yang Kyoungjong, o único soldado conhecido a lutar em três lados da Segunda Guerra. |
Yang Kyoungjong com uniforme da Wehrmacht. Via: Biblioteca do Congresso Americano
Pouco se sabe sobre a vida de Yang antes de seu serviço na Segunda Guerra Mundial além do fato de ser um coreano nativo que vivia na Manchúria, então controlada pelo Exército Imperial japonês no início da Segunda Guerra Mundial.
Devido a isso, Yang foi recrutado contra sua vontade em 1938 e forçado a servir no Exército Kwantung quando tinha apenas 18 anos. Durante as Batalhas de Khalkhin Gol, foi capturado pelo Exército Vermelho e enviado para um campo de trabalho. Por causa da escassez de mão-de-obra enfrentada pelos soviéticos em sua luta contra a Alemanha Nazista, em 1942 Yang foi novamente pressionado a combater no Exército Vermelho junto com milhares de outros prisioneiros.
Soldados turcomenistaneses do Exército Alemão. Via: Bilblioteca do Congresso Americano
O serviço de Yang com os soviéticos durou cerca de um ano. Como não era oriundo da Rússia, Yang era sempre mandado para a frente servindo como verdadeira bucha de canhão. Ele participou de várias missões ao longo da Frente Oriental, mais notavelmente a Terceira Batalha da Carcóvia. Foi nessa batalha que ele mais uma vez se tornou prisioneiro de guerra, desta vez foi capturado pelos alemães.
Fotograma do filme "My Way". Via: Youtube
Os alemães aparentemente não se preocuparam com o fato de que um coreano estava lutando na Ucrânia junto ao exército soviético e simplesmente deixou o prisioneiro junto com centenas de outros soldados. Novamente, a parte interessante sobre a história de Yang provavelmente terminaria aqui se os nazistas não tivessem o hábito de permitir que os prisioneiros "se voluntariassem" (fossem voluntariados, melhor dizendo) para servir com a Wehrmacht após sua captura.
Como resultado desta prática, Yang foi recrutado para lutar em um Ostbataillone alemão (literalmente: Batalhão Leste) na 709 Divisão de Infantaria da Wehrmacht. Ostbataillones eram pequenos batalhões de homens compostos por "voluntários" das numerosas regiões da Europa, controladas pela Alemanha Nazista. Estes grupos serviam como tropas de choque e apoio a batalhões maiores da Wehrmacht mais experientes.
Fotograma do filme "My Way". Via: Youtube
Depois de ser recrutado para lutar pelo Terceiro Reich, Yang foi enviado para ajudar a defender a península de Cotentin na França, pouco antes do Dia D. Quando o Dia D chegou e as tropas Aliadas atacaram as praias, Yang estava entre um punhado de soldados capturados pelo 506º Regimento de Infantaria de Paraquedistas dos Estados Unidos.
Inicialmente, o tenente Robert Brewer informou que haviam capturado "quatro asiáticos com uniforme alemão". Embora isso fosse tecnicamente verdadeiro, o 506º acreditava erroneamente que os quatro homens (incluindo Yang) eram japoneses. Na realidade, três dos homens eram turcomenistaneses, e Yang, como já observamos, era coreano. Possivelmente a falta de comunicação, devido a ele não ser fluente em inglês ou alemão, Yang foi enviado para outro campo de prisioneiros de guerra, desta vez na Grã-Bretanha, onde permaneceu até o fim da guerra.
Fotograma do filme "My Way". Via: Youtube
Quando a segunda guerra mundial terminou, Yang escolheu não voltar para casa, imigrando para os Estados Unidos, onde mais uma vez sua história se tornou nebulosa. Somente muitos anos mais tarde souberam que ele se casou com uma americana, teve dois filhos e uma filha no Condado de Cook, Illinois, onde era um cidadão sumamente respeitado e que veio a falecer em 1992, com 81 anos.
Tudo isso teria praticamente passado em branco se em 2011 o diretor de cinema coreano Kang Je-gyu não tivesse se interessado pela história de Yang Kyoungjong, quando decidiu rodar o longa "Mai wei". Kang inseriu alguns contextos (fora de contexto) fantásticos no roteiro cinematográfico, mas o filme foi sim baseado na história inacreditável deste homem.
Fonte: Mail Online.
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