O vídeo foi gravado faz 35 anos, em 1982, e nas imagens vemos uma Demi Moore jovem, com 19 anos e um pouco eufórica. Nessa época ela protagonizava "General Hospital" ao lado de um jovem Philip Tanzini, então com 15 anos. Na festa do aniversário de Phillip, Demi beijou o adolescente e o vídeo da cena foi publicado sem nenhum alarde pelo "Entertainment Tonight", afinal uma pessoa de 18...19 namorar uma de 15 não era (e nem é) uma grande novidade. Nem só eram outras épocas senão que o contexto era absolutamente normal e em verdade muitos se confessaram com inveja do adolescente. |
No entanto, o vídeo acabou sendo ressuscitado em 2012, quando Demi se separou de Ashton Kutcher, e se tornou uma grande polêmica com milhões de visualizações e milhares de críticas à atriz. E agora a controvérsia recobrou força depois das notícias sobre as violações e abusos sexuais em Hollywood. Tenho a impressão que na próxima vez que o vídeo se tornar viral, se Demi ainda não tiver morrido, ela vai ser presa.
Na onda das denúncias de Hollywood, a atriz israelense Gal Gadot afirmou que não voltará a fazer "Wonder Woman 2" se Brett Ratner, um produtor de Hollywood, que foi acusado de assédio sexual, seguir envolvido no projeto. Brett, que negou veemente a acusação -diferente de Kevin Spacey, que diz não se lembrar; e Harvey Weinstein, que era bem conhecido de todos por esta prática- e sua empresa, RatPac-Dune, ajudaram a fazer o primeiro filme da Mulher Maravilha.
Não há nada de errado que a atriz imponha condições que lhe pareçam justas para participar do filme: se não quer fazer parte de um projeto relacionado com este cara, parece que está totalmente em seu direito, ainda que possivelmente pelos motivos errados. Devemos considerar culpado o denunciado quando um juiz determinar que efetivamente o é, não quando a acusação diga e pronto. E a partir desse momento podem (e devem) ser tomadas todas as medidas necessárias para isolar esta ferida da sociedade.
Sem ânimo de ofender as vítimas desses crimes de assédio, o editor do Spike, Brendan O'Neill, acredita que não podemos deixar de considerar a presunção de inocência. Que em uma sociedade civilizada duvidaríamos do acusador e manteríamos a inocência do acusado, mas é cada vez mais frequente o fato de não vivermos em uma sociedade civilizada.
- Vivemos em uma sociedade onde a acusação agora é uma prova. Onde a acusação por si só pode acabar com a reputação de alguém irreparavelmente. Temo que ainda não percebemos quão preocupante e assustador é este estado das coisas. Se tivéssemos algum tipo de apego aos ideais da razão e da justiça, os alicerces da civilização, isto não seria suficiente. Estaria tão longe de ser suficiente.", diz Spike em um artigo de seu site.
Na opinião do jornalista do Telegraph, as pessoas que fazem parte do movimento #metoo (#eutambém), podem ter acesso rapidamente a uma posição de autoridade moral e cultural ao afirmar que foram vítimas de abuso de celebridades.
- "Podemos estar de acordo que esta atraente perspectiva, esta promessa de prestígio cultural, poderia ter influído tanto na sua decisão de acusar agora? De qualquer forma supõe-se que devemos crer na inocência de todos os acusados de um delito ou falta, até o momento em que um júri e seus pares tenham se convencido para além de toda dúvida razoável de que isto foi o que aconteceu."
Brendan diz que a bússola moral de uma sociedade, onde as pessoas podem ser "atropeladas" só pela acusação, precisa urgentemente de reparo. Ele relembra um fato de uma mulher chamada Carolyn Bryant Donham, que acusou um jovem de assédio sexual muitos anos atrás. Todos na comunidade creram instantaneamente na mulher.
- "Foram atrás de seu assediador, amarraram-no à parte traseira de um caminhão e depois surraram até matá-lo em um celeiro. Emmet Till foi vítima da crença acrítica das pessoas que fazem acusações de assédio sexual. Gritar 'eu creio' em resposta à cada acusação de um delito sexual não é progressivo; é uma espécie de selvageria."
No ano passado, a aparente vítima do abuso de Emmet, tomada pelo remorso tardio, confessou que sua história não era verdadeira. O suposto abusador tinha então 14 anos.
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Comentários
Sei que isso vai acabar em discussão mais vou escrever mesmo assim. Primeiro, dizer que Demi Moore é pedófila é coisa de mimizento retardado. Segundo, sejamos realistas: sempre houve e haverá alguém desconhecido disposto a fazer o "teste do sofá" para conseguir o papel em um filme, assim como têm pessoas dispostas a qualquer coisa no restante das profissões. Isto tem um nome: tráfico de influência, ocorre em todos os âmbitos e com ambos os sexos. A própria Gal Gadot estava sujeita a isso antes do sucesso da Mulher Maravilha. Outra que se crê juíza e parte, agora.
O poder e o dinheiro transformam as pessoas, tornando as mais “desinibidas” em muitos aspectos, o que aumenta com a passagem do tempo. Por que de repente há um monte de predadores sexuais em Hollywood? Onde estava a mídia que sabia das histórias de Harvey Weinstein e nunca publicou nada?
Também acho que as coisas estão fora de controle morro abaixo. Não digo que não sejam culpados, mas coincido em que antes deveriam ser julgados, porque vivemos recentemente muitos casos de acusações falsas.
Concordo com o jornalista: todos que agem deste modo, acabam com a presunção de inocência e por extensão com a igualdade de gênero. Espero que não seja mal interpretada, não estou defendendo os culpados, mas tomar medidas antes de que se certifiquem de sua culpabilidade não é correto.
Críticas absolutamente ridículas. A diferença de idade era pequena e o que aconteceu é o sonho de 99% dos da sua idade. Mentes porcas é o que é! E foi há 30 anos. Agora, qualquer dia, pede-se namoro e é-se acusado de assédio sexual!