Esta ilusão mostra como nosso cérebro pode se equivocar com a percepção de profundidade

Preste bem atenção nestas duas imagens de uma rua. A maioria vai perceber claramente que, ainda que muito parecidas, ambas diferem ligeiramente, provavelmente porque foram tomadas desde um ângulo diferente. A realidade é que não, se trata de uma ilusão óptica cuja diferença se encontra só no nosso cérebro. Como explica a própria legenda da fotografia no Imgur, as duas imagens são a mesma foto, pelo que as duas ruas são exatamente paralelas, ainda que pareçam não ser.

De fato, para verificar basta salvá-la em seu PC e fazer a prova com seu editor de imagens para apreciar que, efetivamente, são a mesma fotografia, pixel a pixel.

A ilusão, criada em 2010 pelo artista francês Daniel Picon e intitulada "Ruas no México", é uma poderosa variante de um fenômeno perceptivo anterior descoberto em 2007 por cientistas da visão da Universidade McGill, em Montreal, no Canadá, com uma ilusão chamada "Ilusão da Torre Inclinada".

Com efeito eles concluíram que a ilusão funciona com qualquer imagem de um objeto recuando, incluindo linhas de bonde, trilhos de trem e ruas no México.

Como os objetos retratados nas imagens emparelhadas não convergem à medida que recuam, como fariam se estivessem lado a lado na frente de nossos olhos, o cérebro erroneamente as percebe como divergentes. Em contraste, quando olhamos para uma única fotografia mostrando duas torres paralelas reais, como as Torres Gêmeas Petronas em Kuala Lumpur, vemos os edifícios convergirem à medida que recuam e, portanto, os percebemos como paralelos.

Uma análise mais aprofundada de imagens semelhantes indica que o fenômeno se aplica a todos os tipos de objetos que se afastam, não apenas aqueles que diminuem de altura. É difícil de acreditar, mas todas as justaposições mostradas neste artigo são paralelas. Embora os ângulos sejam os mesmos nas duas imagens, o cérebro os percebe como bastante diferentes.

Encafifado com a ilusão eu mesmo fiz uma montagem com uma foto da minha cadelinha e percebi que o próprio enquadramento e o ponto de fuga fazem com que seu cérebro aplique seu kit de ferramentas de percepção de profundidade de forma equivocada. Esta é a "Ilusão da Erica" :