Uma processo revela o segredo da mágica de David Copperfield que fazia a audiência desaparecer

Um mágico nunca revela seus truques... a não ser que viva de fazer isso, como o Mister M, ou que exista uma demanda e a justiça exija saber os segredos do mesmo. Isto foi o que ocorreu a David Copperfield depois de um processo por negligencia que envolve um britânico que afirma ter sido gravemente ferido durante um show em Las Vegas. Ao que parece, Copperfield está a ponto de subir no estrado em um julgamento onde o homem diz que ficou com uma lesão cerebral traumática após ser voluntário em um dos seus truques.

O acidente ocorreu durante o chamado "Lucky 13" em que 13 pessoas se sentam em uma jaula elevada no palco. Copperfield joga uma cortina ao redor deles, e depois abre rapidamente revelando uma plataforma vazia. Os voluntários foram "transportados" instantaneamente à parte posterior da audiência. De fato, e no próprio site de Copperfield podemos ler que mais de 55.000 pessoas se ofereceram como voluntárias para este truque na última década. Vejamos o truque realizado em 2010:

No entanto, em uma tarde infeliz há cinco anos, o voluntário Gavin Fox, agora com 58 anos, escorregou e caiu quando estava fazendo parte do truque. Agora, e durante o julgamento que está sendo realizado, o amigo e produtor executivo do mágico, Chris Kenner, teve que revelar aos membros do júri o mistério por trás de uma das ilusões mais famosas de Copperfield.

Ao que parece, os membros da equipe do mágico, todos com lanternas, escoltam os participantes eleitos a esmo através de uma série de rotas e cortinas escuras, corredores desconhecidos, exteriores e interiores da sala, e inclusive através de uma cozinha do recinto, tudo isso justo a tempo de voltar e entrar na parte posterior do teatro para sua reaparição durante o final do espetáculo, explicou Kenner.

- "Essa rota é uma corrida de obstáculos?", perguntou Benedict Morelli, advogado de Gavin Cox, o homem que afirma ter lesões cerebrais e corporais devido a queda que lhe custou mais de 400.000 dólares em procedimentos médicos.

- "Não", respondeu Kenner, cuja companhia, Backstage Employment and Referral Inc, também está sob demanda no caso.

Morelli também perguntou a Kenner se a equipe e Copperfield avaliou visualmente a condição física e o calçado dos membros da audiência escolhidos a esmo para participar do truque. Kenner negou-se a dizer que era perigoso guiar às pessoas ao longo da rota desconhecida. Segundo Morelli:

- Meu cliente não sabia de nada, estava no meio do truque quando lhe disseram: 'depressa, me siga'. Meu cliente descreve como um coelho que sai de um buraco. Os voluntários deviam sair apressadamente de seus assentos enquanto um telão era levantado e abriam passagem através de um corredor secreto e uma área ao ar livre que os levava de volta ao teatro, uma rota escura e desconhecida para os participantes, que também tiveram que lidar com uma escadaria, pó e escombros de uma construção."

Seja como for, Cox afirma que ficou com um ombro deslocado com a queda, e mais tarde começou a ter uma dor crônica que terminou em uma lesão cerebral. O homem e sua esposa, Minh-Hahn Cox, buscam danos não especificados no processo por negligencia.

Fonte: Guardian.