Quando o homem começou a trabalhar o bronze, uma semente de pinheiro bristlecone brotou e sobreviveu até os nossos dias. Eles viveram milênios. Dispersos em bosques sub-alpinos no oeste dos Estados Unidos e Canadá, algumas dessas árvores antigas têm mais de 5.000 anos. Elas contêm em suas fileiras os mais antigos indivíduos conhecidos de qualquer espécie na Terra. Entre elas está Matusalém (fotos 1, 2 e 3), com 4.846 anos, o ser vivo conhecido não-clone mais velho do mundo e cuja localização exata não é divulgada em favor da sua proteção contra vandalismo. |
Mas por que diabos esses pinheiros são tão retorcidos? A resposta se deve na madeira do longaeva, que é tão densa e resinosa que é particularmente resistente ao ataque de insetos.
Via: Chao Yen
Pela mesma razão, é quase impermeável ao ataque fúngico ou a qualquer outra irritação potencial que o ambiente possa infligir.
Via: David Wood
Seus vizinhos, espécies menos resistentes e tenazes, murcham e morrem: contudo, o bristlecone perdura muitas vezes até mesmo depois da morte.
Via: campsjc
Essas árvores incríveis nem sempre tiveram esse aspecto. Quando jovens, seus galhos eram lisos e retos, como a de qualquer outro tipo de pinheiro.
Via: J Stephen Conn
No entanto, elas tinham inimigos que podem erodir até pedra: vento, chuva, sol e frio.
Via: David Wood
Todas estas forças conspiraram para destruir estes pinheiros primitivos ao longo do tempo, mas apesar de terem deixado suas marcas, todos falharam.
Por isso o pinheiro bristlecone fica retorcido e deformado com a idade, como se, em uma metáfora, incorporasse tantas de nossas agonias e êxtases terrestres.
Via: Tony Frates
Mesmo quando a morte chega, as raízes, tão fortes e densas, podem suportar o cadáver durante séculos.
Via: David Fulmer
Para muitos, a morte é um processo prolongado. Quando grande parte do tecido vascular da árvore finalmente morre, ainda deixa para trás uma faixa de material vivo.
Via: David Wood
Este galhos que perduram na madeira sem vida continuam fotossintetizando e regulando a água... ainda há vida.
Via: Mike Cross
Ironicamente, a madeira morta pode muito bem ser a que permite que a vida continue.
A incrível longevidade do bristlecone pode estar diretamente relacionada à alta proporção entre madeira morta e viva.
Via: Eric Carlson
Acredita-se que à medida que essa proporção aumenta, inevitavelmente diminui a perda de água e também a respiração, mas aumenta o ciclo.
Via: Richard Clarke
Assim a vida agonizante da árvore é prolongada e talvez seja, de fato, um ato de suicídio que dura séculos.
Via: John Bushinsky
No entanto, pode haver problemas para as três espécies de pinheiros longaeva. Como tem uma taxa tão baixa de reprodução e regeneração, teme-se que a mudança climática possa impossibilitar que ele mantenha seus números.
Via: John Bushinsky
Não apenas isso, mas uma espécie de fungo da ferrugem, originário da Ásia, chegou ao hábitat das árvores, e ninguém sabe ao certo como elas vão se portar com uma praga desconhecida até agora, para elas.
Não apenas isso. O aumento das temperaturas fez com que o besouro do pinheiro nativo também conseguisse penetrar no antigo território do Pinus longaeva.
Via: Fred Moore
A árvore não tem qualquer imunidade natural à ferrugem ou ao besouro, mas, tendo já suportado todas as intempéries por milhares de anos, só se pode esperar que persevere por outra era.
Via: Richard Droker
Enquanto as mudas continuarem a brotar há, afinal, esperança. Em alguns milhares de anos estes jovens brotos estejam contando outras histórias.
Via: im me
Como herdeiros da magia e do silêncio, estas árvores parecem sábios perenes que guardam a passagem do tempo em sua quietude.
Via: Nick Turland
Ainda que seu tempo na Terra seja muito difícil de compreender para a escala humana (é uma escala de imortalidade, pelo que podemos inferir), sua existência não pode mais que infundir em nós o assombro e o mais fundo sentimento de humildade.
Via: Jim Morefield
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