Há uns dois pares de anos conhecemos um bando de pessoas que foram alçadas aos seus 5 minutos de fama devido aos vídeos de fails, um febre lançada por TwisterNederland, que foi copiado descaradamente por uma centena de outro editores e que acabou sendo expulso do Youtube, por eles mesmos devido às obscuras questões de direitos autorais. Mas chegou uma hora que o formato cansou pois havia muita recorrência a ele e parecia mesmo que, quem tinha visto um, tinha visto todos, mesmo as compilações mensais. |
Pese que a maioria desses vídeos provocam um sentimento contraditório -algo entre lástima, graça e vergonha alheia, em dose variáveis-, possuem um componente viciante que a gente acaba desfrutando sem saber muito bem o porquê. Essa pessoa que aparece na tela que leva um tombaço e você, ali sentado, rindo de sua desgraça. Isso tem nome, mas alemão: schadenfreude, que quer dizer literalmente alegria com a desgraça alheia, e designa perfeitamente o efeito provocado pelos fails.
Este comportamento, o schadenfreude, intriga psicólogos e filósofos faz muito tempo e inspirou desde estudos científicos até livros inteiros dedicados ao conceito e suas possíveis explicações. Uma das razões desta "reprovável" dose de felicidade, segundo o psicólogo Richard Smith, é a engrenagem evolutiva ligada ao desejo de superar os supostos adversários, um mecanismo de sobrevivência aludida por Darwin em suas teorias. Só os indivíduos mais fortes seguem adiante.
Ainda que já não temos que lutar pelo alimento (exceto na fila do supermercado) nem os machos brigam pela posse de uma fêmea ou a liderança do grupo, ver um possível rival se ferrando nos causa certa satisfação incontrolável.
Ademais, desde um ponto de vista adaptativo, comparamo-nos inconscientemente com o resto de indivíduos para medir o talento próprio e determinar o status social ao qual pertencemos. Os vídeos, imagens e, em resumo, documentos que demonstram a inutilidade alheia, servem de contrapartida a toda a aura de aparente perfeição que rodeia a redes sociais como o Facebook. Enquanto os usuários tentam mostrar sua melhor cara no perfil, os fails projetam luz na versão mais ridícula do ser humano... Mas de outro ser humano, claro. Rir da gente mesmo já é outra coisa bem diferente.
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Comentários
Vídeo-terapia....
:-)