Em 1902, o famoso artista e impressor de cartões postais Albert Bergeret, membro do movimento École de Nancy, lançou um conjunto de cartões postais colecionáveis, cuja inspiração nasceu na imaginação de como seriam as "Mulheres do Futuro" ("Les Femmes de l’Avenir"). Esses cartões retratam várias ocupações imaginárias que teriam parecido fantásticas para a maioria das mulheres na época: médica, advogada, política, bombeira, jornalista e até mesmo membros do exército. |
Embora algumas das imagens possam ter sido consideradas picantes na época, Bergeret tinha uma visão indiscutivelmente progressista além de seu tempo. De bombeira a médica, de estudante a jornalista, de política a advogada, o artista acertou em cheio em suas "previsões", embora as escolhas de trajes tenham sido duvidosas.
A julgar por algumas das roupas reveladoras, os cartões "estilo pinup" foram feitos para capturar as fantasias dos homens, em vez de fazer parte de qualquer movimento feminista. De qualquer forma, há algo de charmoso nessa tentativa futurista retrô de expandir o papel das mulheres na sociedade, mesmo que não fosse nada além de fantasia naquele tempo.
As mulheres francesas receberam o direito de voto e se tornaram elegíveis para algum cargo político só em 1944, significativamente depois do Brasil, Estados Unidos e Grã-Bretanha. Embora os militares na França nunca tenham sido oficialmente abertos às mulheres, estima-se que cerca de oito mil serviram abertamente no "armé" nas tropas locais, não nos campos de batalha, entre 1792 e 1794.
Bergeret se tornou um empresário de sucesso. Seu estúdio foi o principal produtor de cartões postais da França. Em 1900, ele produziu 25 milhões de cartões e em 1903 publicou 75 milhões de cartões postais. Bergeret morreu em 1932, mas seus cartões são famosos até hoje.
Os cartões vêm da coleção de Monique e Gerard Lequy, que administram um site dedicado ao trabalho de Bergeret, chamado "Fantaisies Bergeret". A dupla mora na cidade de Nancy, França, onde Bergeret criou grande parte de sua obra.
Bombeira.
Uma mulher membro de um corpo de infantaria leve do exército francês.
Mestre de esgrima militar.
Aluna.
Médica.
Membro da Assembleia.
Prefeita. As francesas não podiam concorrer a cargos eletivos até 1944.
Advogada. As francesas puderam exercer a advocacia a partir de 1900.
Jornalista.
Cocheira.
Jockey.
Artista
General. As roupas reveladoras atendem mais às fantasias dos homens do que qualquer movimento feminista.
Segundo tenente.
Sargento.
Marinheira.
Baterista militar.
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Se fosse hoje teria militantes na porta da gráfica...