Esporte de altíssima competição ou passatempo privilegiado de um punhado de homens com muito tempo livre e dinheiro de sobra? A consideração popular do golfe sempre oscilou entre o reverencial, fruto de sua longa história e tradição, e o frívolo, resultado de sua posição como entretenimento de prestígio. Mas o golfe é um esporte tão apaixonante quanto espetacular. Ocorre que há que compreendê-lo, ainda que nem sempre. Em ocasiões, ele se abre à percepção popular de uma forma tão direta e visceral, que é pura emoção. |
Isto foi ilustrado ontem pela tacada executada por Jon Rahm, número 2 do mundo, durante sua sessão de prática no Masters de Augusta, um dos quatro torneios mais importantes do circuito internacional. É inútil explicar, há que ver para depois pegar o queixo no chão:
Foi uma tacada perfeita, só concebível na imaginação mais fantasiosa de um fã. E no entanto é um golpe real, tangível, ensaiado a cada ano por dezenas de jogadores e bem executado por um grupo reduzido de mestres. Rahm está entre eles. Desde outra perspectiva:
A história é a seguinte: todos os anos os participantes do Masters reconhecem o circuito dias antes de começar a competição, em uma tradição de longo percurso. Os buracos, cuja disposição não variou em muitas décadas, contam com sua própria mística, com seu próprio relato. O que nos ocupa hoje é o número 16, e sua particularidade é evidente: é disputado sobre um enorme lago.
Os golfistas devem atravessar o lago com uma tacada que aterrisse a bolinha no green bem do outro lado. Dali realizam outro golpe de aproximação e um de fechamento. A sorte de cada jogador pode variar, mas há uma constante: o lago é um adereço, um enfeite, ou o caminho, onde Tiger Woods realizou uma de suas tacadas mais alucinantes em 2005.
Durante o treinamento prévio ao torneio os golfistas dispõem de várias oportunidades para tacar. Quando se aproximam ao buraco 16, ensaiam seu golpe inicial primeiro e se aproximam da margem do lado depois. Nesse momento os espectadores entoam um cântico já familiar: "Skip it, skip it" ("Salta, salta"). A tradição indica que o jogador deve bater na bolinha com suficiente arte para que faça "patinhos" na superfície da água e aterrisse do outro lado do lago. Um pequeno presente para os torcedores. Um exemplo de muitos:
É habitual cruzar o lago com três ou seis ricocheteios, mas é muito excepcional que na mesma tacada a pelota entre no buraco. O hole in one é uma tarefa quase impossível. Poucos golfistas conseguiram um "buraco em um" aos pés do lago, e nenhum deles venceu o torneio na ocasião. O primeiro foi Vijah Singh, em 2009 (terminou em 30º). O segundo, Martin Kaymer, em 2012 (44º).
Há ademais um caso especial: o de Louis Oosthuizen em 2016 com uma tacada direta e não batendo a bolinha sobre a água. Terminou em 15º. Em plena competição, seu golpe é menos espetacular no visual, mas sem dúvida igualmente impressionante.
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Comentários
Curioso, mas isto nunca vai ser um post popular. É a mesma coisa que você colocar 4 vídeos de cricket aqui no blog. Hehehehehe