O reator e as galinhas

Falar sobre a distinção de dois momentos ópticos pelo ser humano no último post me lembrou duas situações bastante curiosas. Todos devem conhecer o reator magnético para acender lâmpadas fluorescentes, aquele "tijolão" pesado que vem sendo aos poucos substituído pelo reator eletrônico por causa da sua falta de eficiência (50% da energia é dissipada em forma de calor).

A primeira curiosidade é bem conhecida pelos profissionais de segurança e da área de elétrica: estes reatores não podem ser utilizados em áreas onde existam trabalhos que exploram alta freqüência. Por exemplo: não podem ser utilizados em um local onde o operador de uma máquina deve observar a rotação de um motor. A explicação é que a freqüência de funcionamento de um reator magnético varia de 600 Hertz a 2K Hertz (a lâmpada acende e apaga 2 mil vezes por segundo) e por isso em algumas situações o operador poderia ver o motor parado quando na realidade estaria na mesma freqüência do reator.

A outra curiosidade, menos conhecida, é em relação aos reatores eletrônicos para lâmpadas fluorescentes, compactas e halógenas. A freqüência de funcionamento varia entre 18 mil e 23 mil Hertz, o que equivale dizer que a lâmpada pisca 23 mil vezes num único segundo.

Os donos de algumas granjas de galinhas poedeiras usam de um artifício bastante simples para conseguir maior produtividade de suas "penosas". Muitas destas granjas são totalmente abrigadas e fechadas possibilitando a criação de dois períodos distintos de dia em somente um dia.

Explicando: do meio-dia até as seis da tarde as janelas são fechadas para que o ambiente fique escuro. Das seis da tarde até a meia noite, as luzes são acesas. As galinhas, bicho burro que são, se adequam a este período como se tivesse passado um dia e passam a botar dois ovos por dia. Entenderam?

Até que alguém resolveu colocar uma iluminação com reatores eletrônicos numa destas granjas. No primeiro dia, apareceram algumas poucas galinhas mortas. No segundo e terceiro, metade delas. No final de uma semana o dono estava desesperado correndo atrás do veterinário. Procura aqui, procura ali e nada. Repõem as galinhas e após breve período todas morrem de novo.

Após uma análise de supressão dos acontecimentos anteriores aos fatos descobriram que a única novidade ali era a iluminação. Foi batata! Voltaram as antigas lâmpadas incandescentes e mistas e as "penosas burrinhas" continuam lá na labuta incansável de botar os seus ovinhos diários.