Desde que a rapper cingalesa M.I.A. incluiu um clipe de um dançarino zaouli em seu videoclipe da música "Warrior", o trecho do mesmo virou meme e se multiplicou pela rede através de pequenos vídeos e gifs animadas, acompanhados de muitas histórias disparatadas. Certamente você já viu a cena, mas sabe mesmo do que se trata? Apesar de ser tradicional, a zaouli não é ancestral, de fato, a dança -zaouli designa também a máscara- do povo gouro ou kweni, da região central da Costa do Marfim, é relativamente recente. Especificamente foi criada no final dos anos 50. |
Hoje, adotada por um grande número de outras etnias, a dança se espalhou por todos os povoados vizinhos. As lendas sobre a origem de tal máscara e inclusive da dança de zaouli são diversas, mas dizem que foram inspiradas por uma garota muito bonita que era conhecida como "Djela Lou zaouli", ("zaouli, filha de Djela").
São sete máscaras faciais ao todo, cada uma traduzindo uma lenda específica. Os portadores e praticantes são os escultores, os artesãos, os instrumentistas, os cantores, os bailarinos e os notáveis -fiadores dos costumes e tradições da comunidade-.
Cada aldeia gouro tem um dançarino zaouli local (sempre do sexo masculino), que se apresenta durante os funerais e celebrações. Acredita-se que a dança aumenta a produtividade de uma aldeia onde é executada e é vista como uma ferramenta de unidade para a comunidade gouro e, por extensão, todo o país.
O dançarino começa a apresentação usando a máscara coberta por um pano até que chega alguém, uma espécie de mestre de cerimônia, que a revela para o público. Depois que a beleza da máscara é mostrada, o dançarino , após alguns passinhos do mestre, executa passos extremamente rápidos de acordo com o ritmo frenético.
Zaouli, hoje unânime na Costa do Marfim, foi alçada a Patrimônio Cultural Imaterial pela UNESCO em 2017. A dança é o elo de ligação entre todas as danças do país baseadas sobretudo na destreza e agilidade do bailarino.
Os melhores deles, que foram testados por um júri da UNESCO, antes de serem classificados como patrimônio, foram cronometrados dando mais de 200 passos por minuto. A nível puramente artístico, o zaouli distingue-se pela delicadeza dos traços das máscaras e pela sua jovialidade, pela beleza da dança e pela sua graça que a tornam um espetáculo muito apreciado em eventos públicos.
Além da dança, zaouli tem também uma função educativa, lúdica e estética. Portadora da identidade cultural dos seus titulares, contribui também para a preservação do meio ambiente e promove a integração e coesão social. O elemento é transmitido por meio de apresentações musicais e sessões de aprendizagem. Os amadores aprendem a prática sob a supervisão de praticantes experientes,cuja viabilização é garantida por meio de apresentações populares, organizadas de duas a três vezes por semana pelas comunidades.
É lógico que, segundo dica do amigo Rusmea, via Facebook, não faltou um "engraçadinho" para misturar dança zaouli com música eletrônica trance.
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