De setembro a novembro, um cúmulo de circuntâncias que só ocorrem no montanhoso de Yukon, no Canadá, permitem presenciar um fenômeno único. A neve já tinge todo o solo de branco, com temperaturas que rondam os 30 graus negativos, mas as águas dos rios fluem durante todo o ano sem congelar devido as nascentes termais à jusante. Nem todos os ursos começam a hibernar ao mesmo tempo e a piracema tardia do salmão que sobe o rio para desovar possibilita que os ursos famintos façam refeições extras ricas em energia antes de irem dormir durante o longo inverno. |
A água congela no pelo dos ursos-pardos (Ursus arctos) que se deliciam com o salmão, e durante este curto período de caça nas águas rasas de Yukon, os animais gelados são chamados de ursos-nevados.
À medida que a temperatura cai, seu pelo fica cada vez mais coberto de gelo, criando uma aparência de outro mundo nos enormes ursídeos, que também ganam o apeldo de seus primos cinzentos.
Apenas o borbulhar do Rio Branch e o delicado tilintar do gelo nos pelos de um urso próximo podem ser ouvidos nesta floresta de abetos na Reserva Ecológica Ni'iinlii Njik, no noroeste de Yukon.
Uma sacudida rápida ou alguns arranhões em uma árvore podem ajudá-los a descongelar quando os ursos terminarem de galopar pela água para para se deliciar com um salmão gordo.
A região do Território Tradicional da Primeira Nação de Vuntut Gwitchinde tem aproximadamente 6.500 quilômetros quadrados e é área de proteção ambiental.
A reserva ecológica e as terras de assentamento vizinhas protegem um habitat florestal único e um microclima que abrange o Círculo Polar Ártico.
O local atrai espécies tipicamente encontradas mais ao sul, incluindo lobos cinzentos, carcajus, águias, alces, ovelhas Dall e rebanhos de caribus.
Por milhares de anos, a região tem sido a paisagem cultural dos Vuntut Gwich'in, que administram as terras protegidas em conjunto com o governo territorial.
A reserva concede entrada a apenas quatro visitantes por dia, de 1º de setembro a 31 de outubro, para proteger os ursos e seu habitat. Por isso é necessário fazer reservas com bastante antecipação.
Mas há mais de 10 anos, um guia indicado pelo parque oferece passeios de observação da vida selvagem para um punhado de fotógrafos aventureiros.
No início de novembro, o espetáculo acaba. O sol ainda tímodo paira perto do horizonte, os visitantes vão embora e os salmões, tendo posto seus ovos, estão mortos.
Ursos-nevados gordos, pesados com gelo e peixes, serpenteiam pelas encostas da escarpada da montanha até suas cavernas para dormir até a primavera.
Fotos: Michelle Valberg.
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