Há exatos 150 anos, Levi Strauss e Jacob Davis inventaram o jeans azul

Em 20 de maio de 1873, o empresário de San Francisco Levi Strauss e o alfaiate Jacob Davis, em Nevada, recebem uma patente para criar calças de trabalho reforçadas com rebites de metal, marcando o nascimento de uma das roupas mais famosas do mundo: o jeans azul. Originalmente chamados de "XX", por serem considerados extra, extra fortes, eles continuaram a ser fabricados desde então, conquistando o mundo. Seja como for, o denim tingido com índigo é mais antigo que isso e remonta ao Século IX, pois tal tecido já era usado sob a armadura dos samurais.

Originalmente, os jeans que conhecemos hoje eram chamados de "macacões de cintura" -não calças- e vendidos como roupas de trabalho para mineiros, cowboys e trabalhadores em geral no centro da Califórnia. As fotos deste artigo mostram o jeans mais antigo preservado hoje no Museu Levi's. Esta calça data de 1879.

Em 1890, os jeans começaram a ser denominados "501", devido ao seu número de "lote". O termo "jeans" vem do nome antigo para um tecido similar de Gênova chamado "gene fustian" no século XVI.

O material foi usado para fazer calças de trabalho para marinheiros. Parece que a palavra "jeans" estava tão fortemente associado a calças que evoluiu de um nome de tecido para o nome de uma peça de roupa.

O termo "denim" passou por um processo semelhante. A cidade de Nîmes na França deu seu nome a "serge de Nimes" que originalmente era uma forma de tecido de lã. No século 19, no entanto, o termo foi associado a um tecido de sarja de algodão que foi feito em grande número em calças para a marinha da República de Gênova.

Aqui cabe novamente o esclarecimento que não existe tal coisa como "jaqueta jeans" ou "calça jeans" pois jeans já é a calça, "denim" é o tecido de algodão trançado e "índigo" é a cor anil.

Na década de 1920, o jeans Levi's era a calça de trabalho masculina mais vendida nos Estados Unidos. Na década de 1930, os filmes de faroeste apresentavam cowboys vestindo jeans, que logo se tornaram populares mesmo entre aqueles que não faziam trabalho manual, um fenômeno que a Levi's capitalizou com a publicidade com tema de cowboy.

Nas décadas de 1960 e 1970, o jeans tornou-se mais do que uma peça de roupa prática; eles também eram uma declaração, que até igualdade entre os sexos, já que homens e mulheres podiam usá-los. Eles também eram comumente usados or jovens participantes em protestos anti-guerra. Com a passagem das décadas, a mania só cresceu, e agora os onipresentes jeans azuis são usados e amados por (quase) todas as pessoas ao redor do mundo.

Toda esta popularidade tem a ver com o fato de que os jeans sejam provavelmente as calças mais versáteis do seu guarda-roupa, também são baratos se você não compra roupa pela marca, que necessariamente não está associada a qualidade.

Se você digitar "preço de jeans" no Google vai encontrar modelos que variam desde 50 reais até 300, mas se fizer isso no Japão é possível que se assuste com os preços. E isso não tem a ver com diretamente apenas com a "marca". De fato, os jeans japoneses estão entre os mais caros do mundo.

Boa parte dos fabricantes de jeans japoneses usa índigo real em vez dos corantes sintéticos com os quais a maioria dos jeans são feitos hoje. Os fios são muitas vezes tingido laboriosamente à mão. O índigo de verdade (Indigofera suffruticosa) empresta várias características ao denim que se torna antibacteriano, mais resistente ao fogo e repelente de odores e sujeira. Por isso os jeans ainda feitos com corantes naturais são frequentemente considerados um produto premium, que podem alcançar preços tão absurdos como 9 mil reais.

Nem todos os jeans japoneses são feitos com índigo natural, no entanto, mas mesmo assim o preço continua alto, em torno de 1.000 a 1.500 reais. E isso remonta à forma como o denim japonês é tecido em antigos teares Toyota. Além de ser mais áspero e espesso, o denim feito no Japão é geralmente tecido com uma borda selada ou auto-acabada. Isso faz com que a ponta do tecido não desfie.

Por isso o jeans japonês atravessou fronteiras e alcançou muito além do Japão. Hoje, é considerado um dos melhores tipos de jeans do mundo.