Luvas cirúrgicas foram inventadas para o amor, não para a higiene

As luvas de borracha é um desses exemplos de produto feito para um propósito que se encaixaram perfeitamente em outro. Quando o renomado cirurgião William Stewart Halsted, também conhecido como "pai da cirurgia moderna" pediu pela primeira vez à Companhia Goodyear que fizesse um fino par de luvas de borracha no inverno de 1890, ele não tinha intenção de usá-las para proteger seus pacientes contra infecções. Em vez disso, ele só queria proteger as mãos gentis de seu interesse amoroso dos produtos químicos a que ela era exposta como sua assistente na sala de cirurgia.

Apesar de ser um dos defensores mais proeminentes dos protocolos cirúrgicos antissépticos de Joseph Lister, o médico do Hospital John Hopkins, em Baltimore, Maryland, via pouca vantagem em usar luvas de borracha além de proteger a pele de sua enfermeira favorita Caroline Hampton do cloreto de mercúrio. Ela evidentemente apreciou o gesto, porque os dois ficaram noivos rapidamente e se casaram logo depois que Halsted a presenteou com sua invenção.

Embora as luvas tenham crescido em popularidade entre os cirurgiões por sua capacidade de proteger sua própria pele, só muito mais tarde elas foram reconhecidas por suas propriedades higiênicas durante as operações.

Ao longo de sua vida profissional William foi viciado em cocaína e, posteriormente, também em morfina, que não eram ilegais naquela época. Segundo o médico e historiador Howard Markel conta em seu livro "Uma anatomia do vício. Sigmund Freud, William Halsted e a droga milagrosa cocaína":

- "Ele desenvolveu um alto nível de tolerância a medicamentos com morfina. Ele nunca foi capaz de reduzir a quantidade para menos de três grãos por dia (aproximadamente 200 mg)."

O vício de William foi o resultado de experimentos sobre o uso da cocaína como agente anestésico que ele executou em si mesmo.