"Gioconda no Prado" é uma pintura a óleo sobre painel criada entre 1503-1519, cujo autor ainda hoje é um mistério. Esta curiosa obra, resultado de vários estudos, foi pensada como uma pintura feita em conjunto com Leonardo. Antes do Museu do Prado iniciar o trabalho de restauração, a pintura tinha uma repintura preta cobrindo o fundo. O fato de cada pentimento, ou mudança, no original de Leonardo -no busto, contorno do véu e posição dos dedos- ser repetido ali sugere que as duas obras foram criadas simultaneamente. Existem também diferenças em relação ao original, na paisagem inacabada e na face. |
No geral, o painel parece refletir um estágio intermediário na criação da pintura do Louvre. A comparação dos reflectogramas de infravermelhos dos dois painéis revela detalhes idênticos escondidos sob a superfície, nomeadamente na criação das figuras, que ilustram um processo de trabalho paralelo e revelam que o copista reproduziu muito do processo de elaboração com que a pintura original foi criada, embora sem a pretensão de imitá-la.
As figuras são idênticas em tamanho e forma e foram transferidas por traçado, sem dúvida do mesmo cartum. O rascunho preparatório do original revela as linhas principais da montagem e das fases intermediárias da execução que se repetem na cópia, que tem um rascunho muito preciso e é elaborada com diferentes materiais e implementos. Na cópia, alguns dos contornos transferidos foram reforçados e corrigidos à mão livre e há linhas visíveis de desenho que não se relacionam com as formas da superfície nem com as subjacentes do original.
Gioconda no Prado, depois da restauração.
Como era habitual no estúdio de Leonardo, os materiais são de altíssima qualidade e sobreviveram em condições quase perfeitas. Com exceção do tipo de madeira, que é nogueira na cópia e choupo no original, os outros materiais e a criação do trabalho subjacente são semelhantes.
Após os testes técnicos, começaram os trabalhos de restauração. Primeiro, eles limparam a camada pictórica, na qual removeram o verniz enferrujado. Este verniz conferia uma cor amarelada a toda a pintura. O próximo passo foi retirar a repintura preta das laterais. Após essas mínimas limpezas, os primeiros vestígios do fundo começaram a ser vistos. Para remover a tinta escura, os restauradores trabalharam com solventes orgânicos até a eliminação completa.
Gioconda no Prado, antes da restauração.
As paisagens de ambas as obras têm a mesma aparência evanescente, mas a que reapareceu na cópia está inacabada. Inclui formações rochosas que Leonardo desenhou em Milão por volta de 1508-11 e que estão presentes abaixo da superfície do protótipo.
Esse detalhe apóia a hipótese de que a versão do Prado corresponde a um momento anterior à conclusão do original, que Leonardo modificou no momento em que o copista não podia mais vê-lo ou que seu painel permaneceu em Milão quando Leonardo foi a Roma em 1513, e não pode continuar trabalhando nisso.
A pintura original de Leonardo.
O copista deve ter permanecido com Leonardo por um longo período, especializando-se em copiar as obras que o mestre mais apreciava antes de sua partida para Roma ou França.
Até o momento nenhuma obra independente foi identificada pela mão deste copista. Não há dúvida de que a imprecisão e a delicadeza da pintura de Leonardo são bem diferentes da técnica precisa do artista que pintou o painel do Prado.
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