Como Phil Collins criou acidentalmente o som que definiu a música dos anos 1980

A menos que seu conhecimento técnico musical seja profundo, talvez você nunca tenha ouvido a expressão gated reverb. Mas você definitivamente já ouviu o efeito em ação: é aquele som de caixa forte que ganhou força na música na década de 1980. Se você consegue tocar a batida de bateria de "I Would Die 4 U" de Prince ou "Born in the USA" de Bruce Springsteen em sua cabeça, você sabe a que som estamos nos referindo. Mas esse elemento icônico do pop poderia não ter surgido se não fosse por Peter Gabriel e Phil Collins.

Como o canal Vox explica no vídeo abaixo, a descoberta foi feita em 1979, durante a gravação de estúdio do terceiro álbum solo autointitulado de Gabriel, muitas vezes chamado de Melt por causa de sua capa. Collins, colega de banda de Gabriel no Genesis, estava tocando bateria como de costume quando suas batidas foram acidentalmente captadas pelo microfone usado pelos engenheiros de áudio para falar com a banda.

Esse microfone não foi feito para gravar música: seus compressores pesados foram projetados para diminuir os sons altos e, ao mesmo tempo, amplificar os baixos. O equipamento também utilizou um portão de ruído, o que significava que os sons gravados foram cortados logo após o início. O resultado foi um som percussivo brilhante e fugaz, diferente de tudo o que já existia na música popular.

Gabriel adorou o efeito e fez dele o som característico da faixa de abertura de seu álbum. Um ano depois, Collins apresentou-o em seu single de sucesso "In the Air Tonight", que é talvez o exemplo mais famoso de gate reverb até hoje. O som viria a definir a música da década de 1980 e muitos artistas contemporâneos continuam a utilizá-lo até hoje.