Antes de meados do século 19, o termo rapé referia-se a um dispositivo semelhante a uma tesoura com duas lâminas planas e uma caixa anexada. Essa ferramenta, mostrada na primeira foto, servia para aparar o pavio estendido de uma vela sem apagar a chama, para manter uma queima eficiente e sem fumaça. O pequeno receptáculo servia para pegar o pedaço de pavio aparado. Eles se tornaram obsoletos com a invenção de pavios autoapagadores, que se enrolam na chama quando carbonizados, permitindo que o excesso do pavio seja queimado, evitando que ele fique muito longo. |
O rapé na verdade era o pavio parcialmente queimado que, com a adição de oxigênio, era muito inflamável, por isso precisava ser isolado para não reacender depois de cortado do pavio. A forma mais simples e comum de cortador de pavio de vela consistia de uma tesoura com uma caixa anexada para reter o rapé, que dessa forma não reacenderia. Muitas formas complexas desses apagadores evoluíram para as casas com muitas velas.
Entre o século XVII a meados do século XIX, quase toda casa tinha um apagador de velas, que consistia de em um pequeno cone na extremidade de um cabo. O uso de um apagador ajuda a evitar problemas associados ao sopro de cera quente e evita a fumaça e o odor de um pavio fumegante que resulta do simples sopro de uma vela. Estes apagadores de vela ainda são comumente usados em e igrejas e templos.
As velas representavam um grande risco de incêndio, pois era difícil protegê-las. As chamas não eram grandes, as pessoas costumavam apagá-las com os dedos, mas sempre podia acontecer um deslize. Só para que se tenha uma ideia a Agência Federal de Gestão de Emergências dos Estados Unidos aponta que em 2021 ocorreram 23.600 incêndios em residências causadas por velas, resultando em 1.525 pessoas feridas e 165 mortes.
Imagine então o estrago que as velas não causaram no passado. O Grande Incêndio de Chicago em 1871, que matou cerca de 300 pessoas, foi popularmente atribuído a uma vela derrubada. Os incêndios nas cidades sempre foram um problema endêmico, e dá para imaginar que um número incalculável deles tenha começado pelo uso descuidado de uma vela ou de uma lamparina.
A pessoa acendia uma vela na cozinha, ia dormir e acordava com a casa pegando fogo. Por isso, em 1841, um inventor inglês prolífico e talentoso, chamado Christoph Pinchback teve a ideia de criar um extintor automático de velas. Quando a vela atinge um nível desejado, as mandíbulas se fecham e apagam a chama. Muitos dos apagadores automáticos atuais (abaixo) são baseados neste modelo antigo (acima).
Até a iluminação elétrica assumir o controle, a partir do século XIX, as velas e lamparinas a óleo eram a principal fonte de luz artificial. No Grande Incêndio de Londres, de 1666, a maior parte da cidade desapareceu nas chamas. Suponho que a maioria dos grandes incêndios que eram tão frequentes nos velhos tempos podem ser atribuídos a velas e outros dispositivos de iluminação. Alguém simplesmente adormecia e a vela caía no chão. O fogo é uma fera perigosa.
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