Os benefícios biológicos do riso espontâneo

Em uma aula jocosa do TED-Ed escrita por Sasha Winkler e animada por Hannah Rybak, a narradora Susan Zimmerman explica a ciência e a biologia benéfica por trás do riso espontâneo, observando como esse comportamento não é exclusivo dos humanos. Sim, é importante ressaltar que os humanos não são os únicos animais hoje que fazem algo parecido com o riso. Há alguns anos que os cientistas vem compilado evidências de pelo menos 65 espécies, principalmente de mamíferos, mas também alguns pássaros, que vocalizam durante brincadeiras sociais. Alguns, sem surpresa, são nossos parentes mais próximos.

A lição observa ainda que o riso nos humanos é instintivo desde tenra idade, funcionando como um caminho social. Alguns cientistas… levantam a hipótese de que o riso gradualmente se tornou algo que poderíamos usar não apenas durante as brincadeiras, mas também na fala, para transmitir significados sutis e uma variedade de contextos para mostrar nossas emoções. Acredita-se que esta seja uma das razões pelas quais o riso é contagioso: é como um convite para compartilhar o estado emocional de alguém.

- "O riso é um fenômeno social", diz Sophie Scott, neurocientista da University College London que estuda o riso e outras reações humanas há mais de duas décadas. Ela co-escreveu um estudo que mostra como o cérebro responde ao som do riso, preparando os músculos faciais para participar, estabelecendo as bases para que o riso se espalhe de pessoa para pessoa. - "Mesmo estando na presença de pessoas que você não conhece mas acha que são engraçadas irá despertar o riso dentro de você."

Os cientistas ainda não encontraram definitivamente uma correlação com os neurônios espelho, mas estão revelando nuances sobre o impulso do riso. As respostas psicológicas e fisiológicas positivas do riso incluem a diminuição dos sintomas de depressão e ansiedade, aumentando a sensação de relaxamento, melhorando a saúde cardiovascular, libertando endorfinas que melhoram o humor e até aumentando a tolerância à dor.

Como os humanos estão programados para se espelharem uns nos outros, o riso espalha-se pela sala tal como os bocejos. Nós simplesmente copiamos o comportamento e o riso dos outros. O ato de rir de outra pessoa é percebido primeiro quando visto ou ouvido, e essa informação sensorial é então convertida na mesma área do cérebro do observador.

Estudos também indicam que o riso pode fortalecer as conexões de relacionamento. Isso acontece, em parte, porque as pessoas naturalmente querem estar perto daqueles que as fazem sentir-se bem, assim como o riso. Ansiamos pela companhia de pessoas que possam nos transmitir esses sentimentos e o riso é uma espécie de alicerce molecular da amizade.

Os cientistas comportamentais também querem compreender o papel que o riso desempenha entre as crianças que brincam juntas, pois precisamos entender como o riso é usado pelas crianças para sinalizar que brincadeiras violentas são apenas brincadeiras e não uma briga de verdade.

É claro que você pode rir sozinho, mas a natureza contagiosa do riso significa que é mais provável que rimos mais e por mais tempo em grupos, como em um clube de comédia ou no cinema. Por isso você tem 30 vezes mais probabilidade de rir com outras pessoas do que sozinho.

Ademais, quando rimos, nossos cérebros liberam neurotransmissores de bem-estar, como as endorfinas, e diminuem os níveis de hormônios do estresse, como o cortisol. Algumas pesquisas sugerem até que as pessoas que riem mais podem lidar com o estresse de forma mais eficaz e ter melhor saúde cardiovascular.