Qual a relação do butô com a Segunda Guerra Mundial?

- "O que é butô?" Você pode estar perguntando. Ótima pergunta. Talvez o vídeo de uma palestra do Tedx, compartilhada neste post, ajude. Butô é difícil de definir como forma de dança-teatro. Seus praticantes não têm um consenso sobre sua definição, mas ela é vagamente descrita como uma dança de angústia e escuridão. Surgiu no Japão pós-bomba atômica, como uma reação da vanguarda contra os modos de dança ocidentais. Os dançarinos geralmente interpretam seu corpo como sendo movido por uma fonte externa ou interna. Controle e falta de controle são relativos.

O butô é o resultado, muito mais filosófico que artístico, da confluência de duas culturas completamente opostas e nitidamente anacrônicas: a ocidental, que vinha sendo moldada pela ideologia americana dos anos 1950, e a oriental, embasada em séculos e séculos da mais pura tradição milenar japonesa.

Tatsumi Hijikata e Kazuo Ohno, os expoentes e criadores dessa arte, buscaram nas vanguardas europeias, como no expressionismo, no cubismo e no surrealismo, e nas danças japonesas, como nô e bugaku, a inspiração para a criação de sua arte.

Um ímpeto importante da forma de arte foi uma reação contra a cena da dança japonesa da época, que Tatsumi sentiu ser excessivamente baseada na imitação do Ocidente e em seguir estilos tradicionais como o nô. Assim, ele procurou afastar-se dos estilos ocidentais de dança, balé e moderno, e criar uma nova estética que abraçasse o "físico atarracado e terrestre... e os movimentos naturais do povo comum".

Este desejo encontrou forma no movimento inicial de "ankoku butō". O termo significa "dança das trevas", e a forma foi construída sobre um vocabulário de gestos físicos rudes e hábitos rudes, um ataque direto ao refinamento e ao eufemismo tão valorizados na estética japonesa.

Há muita discussão sobre quem deveria receber o crédito pela criação do butô. À medida que os artistas trabalhavam para criar nova arte em todas as disciplinas após a Segunda Guerra Mundial, os artistas e pensadores japoneses emergiam de desafios econômicos e sociais que produziram uma energia e uma renovação de artistas, dançarinos, pintores, músicos, escritores e todos os outros artistas.