Quando a pipoca era proibida no cinema

Há alguns indícios de que as pessoas nas regiões costeiras do Peru consumiam pipoca há 6.700 anos. O milho foi domesticado a partir de uma erva selvagem no México há quase 9.000 anos e se espalhou pela América Central e do Sul. No entanto, a primeira pipoca costuma estar ligada a Charles Cretors, de Chicago, que inventou o carrinho móvel de pipoca em 1885. Ele obteve uma licença e começou a vender pipoca fora de sua loja em Chicago em dezembro de 1885. Em 1893, ele criou a primeira máquina de pipoca capaz de estourar milho em óleo. Logo depois, Cretors patenteou sua invenção.

Já na história do cinema, uma vez prevaleceu uma proibição peculiar: a da pipoca nas salas de cinema. Como assim? Acessível e facilmente produzido em massa, esse lanche aromático tornou-se um alimento básico em circos, eventos esportivos e feiras com os carrinhos de pipoca. Surpreendentemente, estava visivelmente ausente no cinema.

Naquela época, ir ao cinema era assunto da elite, reservado aos educados que sabiam ler, com casacos xadrez e ambiente sofisticado. Pipoca era lanche de gente pobre No entanto, a ausência de um carrinho de pipoca deixou um vazio que os vendedores ambulantes de pipoca queriam preencher avidamente. Os clientes que esperavam pelos filmes se entregavam ao aroma irresistível, contrabandeando secretamente seus lanches para dentro das salas de cinema.

Isso fez com que os donos das salas de cinema solicitassem eles mesmos barraquinhas de pipoca na entrada. No entanto, a virada ocorreu em 1927 com a introdução do som nos filmes, democratizando o cinema. A Grande Depressão alimentou ainda mais este fenômeno, uma vez que os filmes ofereciam uma fuga acessível.

O resultado? Os cinemas tornaram-se centros movimentados, onde a alegria de mastigar pipocas não perturbava o som, mas representava uma oportunidade para os proprietários de cinemas aumentarem as receitas. Em 1945, mais da metade do consumo de pipoca nos Estados Unidos acontecia dentro dos limites dos cinemas. Assim nasceu uma tradição cinematográfica que perdura até hoje.