As mulheres soldado da Guerra de Secessão

A existência das mulheres soldado nunca foi um segredo. Mantiveram correspondência com a frente inclusive após a mudança de identidade, e durante décadas após a guerra, a imprensa dedicou numerosos artigos à crônica das histórias destas mulheres militares ocultas.

Algumas delas o fizeram pela aventura ou para defender as ideias nas que criam. Mas muitas se alistaram por motivos aparentemente mais prosaicos, o dinheiro. O salário de um soldado varão era de aproximadamente 13 dólares mensais, quase o dobro do que uma mulher podia ganhar em qualquer profissão feminina naquele período da história.

Albert D.J Cashier nasceu como Jennie Irene Hodgers. Foi mulher soldado da "União" no Regimento 95 de Infantaria de Illinois, Companhia G.

A independência proporcionada a uma mulher por esse salário, faltando quase meio século para que pudessem votar era impensável para a época. Era tão perfeito o papel masculino que assumiam, que realizavam atividades só pensadas para os homens como fumar, beber álcool, mastigar fumo, jurar em público, apostar nos jogos de casualidade, etc.

Uma vez que "vestiam calças" a liberdade que tinham era inimaginável para uma mulher nesse momento, podiam inclusive ter uma conta corrente própria. Em uma sociedade de ideais victorianos, estas pioneiras com sua identidade oculta conseguiram direitos muitos anos antes da maioria das mulheres.

Loreta Janeta Velazquez serviu como tenente e chegou inclusive a ser espião, agente duplo a serviço da "Confederação".

Puderam entrar no exército por que não realizavam exames médicos exaustivos. A maioria eram descobertas quando eram feridas em combate, mas algumas mantiveram seu segredo até sua morte, anos após o fim da guerra. Apesar de que o Exército dos EUA não reconheça sua existência, é surpreendente que a história destas mulheres não seja muito conhecida hoje em dia. No entanto, sua história já era conhecida durante o século XIX.

Frances Clalin se alistou junto a seu marido sob o psudônimo de Jack Williams.

A importância das mulheres combatentes da Guerra Civil não foram suas façanhas bélicas, senão sua luta pessoal contra o estabelecido. Enquanto sua participação não alterou significativamente o curso da guerra, as mulheres soldado merecem uma especial lembrança por sua ação revolucionária contra seu papel na sociedade. Singelamente, a mulher nas filas, tanto da União como nos Confederados, se negou a permanecer no lugar imposto ainda que isto significasse recorrer a subterfúgios para conseguir seu objetivo de serem soldados. Enfrentaram não só as armas do inimigo, senão também os preconceitos de sua sociedade.