As pessoas, a guerra química, o gás, as pragas e as máscaras

Sempre fiquei impressionado com as fotografias grupais de pessoas com máscaras de gás da primeira metade do século XX. Estas cenas, obviamente, tinham pouco de natural ou quotidiano e eram antes de tudo um mecanismo de propaganda por parte dos diferentes governos para assim difundir o uso destes dispositivos nas populações em zonas de risco.

A imagem anterior é talvez a mais emblemática e famosa de todas. Foi produzida pela União Soviética. É ao mesmo tempo tão aterradora como interessante, dando a impressão de estar vendo um postal de um mundo distante do nosso. Outros grandes exemplos desta rara moda foram:

Com quase o mesmo destino dos pacientes, os médicos medievais deviam percorrer as ruas da Europa infectada pela peste negra. Incertos da origem causadora e convencidos de uma morte segura, tentavam escapar de suas preocupações utilizando todo tipo de amuletos. No entanto, outros, menos supersticiosos e que desconfiavam que a mesma era trasnmitida através do ar, começaram a utilizar uma singular máscara de carvalho com forma de cabeça de pássaro com o objetivo de se protegerem de tão mortal doença.

O calcanhar de Aquiles desta máscara primitiva estava no sistema de filtro, que era um tanto inútil, já que consistia de uma série de recipientes furados armazenados no bico da mesma e cheios de unguentos e ervas aromáticas de forte cheiro. Isto, criam, afugentava o agente causador de tão misteriosa doença.

Imaginem só, você lá com uma febre de 42°C, delirando e dolorido e de repente aparece um ser vestido todo de preto, grande bico e chapéu para examiná-lo exalando aquele cheiro forte na cabeça. Certamente, não culparia ninguém que tivesse pensado que já estava morto e se encontrava no inferno sendo examinado por aquela estranha figura.