Obama, o imperialista pragmático

Ontem, na entrega do Prêmio Nobel em Oslo, Barack Obama disse ao mundo que há guerras justas que interessam aos Estados Unidos e outras injustas nas quais seu país não tem intenção alguma em se meter. Seu cântico às guerras morais e imorais deixou claro que ele será um imperialista pragmático. O novo Prêmio Nobel da Paz aproveitou a entrega do prêmio para exibir as esporas de comandante em chefe do exército mais poderoso da Terra.

- "O mau existe e enfrento o mundo como ele é. Por isso temos que ser sinceros e reconhecer que não poderemos eliminar os conflitos violentos. Pelo que existirão ocasiões quando as nações do mundo, seja de forma individual ou unidas, encontrem o uso da força não só necessário senão moralmente justo", afirmou aos anfitriões que lhe premiaram mais pelo que promete do que pelo que tenha feito.

Ao que parece, Obama não é um idealista que crê no bem acima de todas as coisas. É um pragmático e um camaleão que sabe se adaptar a todas as circunstâncias. E por isso justificou o fim da paz por motivos de autodefesa ou para ajudar um aliado atacado ilegalmente ou para proteger um povo de seu próprio governo ou seja por questões humanitárias. E, ainda que não tenha dito, quando interessar aos Estados Unidos para manter sua hegemonia mundial.

- "Dizer que a força é, em algumas ocasiões, necessária não é uma mostra de cinismo senão uma realidade histórica. Alguns morreram e outros matarão", protegeu-se o homem que todos os dias assina uma carta de pêsames dirigida aos pais dos soldados que morrem no Afeganistão e que permite que o Pentágono não leve em conta os civis afegãos mortos no conflito. O mesmo que aconteceu no Iraque quando George Bush era presidente.

Suas palavras parecem ter sido minuciosamente preparadas para serem dirigidas aos países que agora recusam oferecer mais homens para lutar contra os talibãs e aos milhões de compatriotas que lhe acusaram de que durante este primeiro ano na Casa Branca tem pedido muito perdão a seus amigos e oferecido a outra face aos inimigos.

Seu discurso deixa claro que manterá a hegemonia e defenderá os interesses estadunidenses pelo mundo justificando sempre os mortos que, estes princípios fundamentais para ele, provoquem.