A cobra-pênis descoberta em Rondônia na verdade é um anfíbio (4 fotos)

Não é de estranhar que o tabloide inglês The Sun tenha feito o maior carnaval para divulgar a descoberta de uma nova cobra quando viu as fotos divulgadas pelo biólogo e herpetologista Juliano Tupan, que descobriu recentemente algumas espécimes do raríssimo Atretochoana eiselti no rio Madeira, em Rondônia. Não ocorreu melhor ideia ao orelhudo editor do que batizar o bicho de "manaconda" (trocadilho de uma contração infame da palavra "man" e "anaconda") para estampar a manchete, ao invés de consultar um especialista.

O resultado de tudo isso é que, como as notas do The Sun fazem eco de forma global, hoje o mundo não fala de outra coisa a não ser da cobra-pinto só porque o bicho realmente se parece com um peruzão humano. Mas isso não corresponde a realidade. O bicho feio não é uma serpente e sim um anfíbio. O Atretochoana eiselti é mais próximo da salamandra e dos sapos e é muito raro.

A descoberta de Tupan é realmente importante e merece ser festejada por causa exatamente desta sua natureza rara. Só para que tenham uma ideia, até bem pouco tempo só existia umzinho desses no Museu de História Natural de Viena, na Áustria, desde 1920 e muitos acreditavam que já estava extinto ou que era uma espécie de quimera. Este exemplar só foi dissecado recentemente porque deixou de ser filho único de pais solteiro desconhecido quando, em 1996, encontraram outro Atretochoana eiselti em Brasília.

Juliano Tupan encontrou seis exemplares: um morreu, três foram libertados novamente e os dois restantes foram levados para mais estudos porque pouco se sabe a respeito deste tipo esquisito de animal: não tem olhos, não tem pulmões e absorve oxigênio através da pele. O Atretochoana eiselti é um grande mistério para os cientistas já que não há um outro animal deste tamanho que consegue sobreviver sem pulmões.

Fonte: Fotos e Imagens.