Animais e Guerras são assuntos recorrentes do Blog e uma pesquisa no Google sobre o assunto vai retornar bem mais de um par de dezenas de posts. Como já vimos, utilizar os animais nas guerras, como companhia ou arma, não é coisa nova, as bolas de pelo desde sempre foram, em alguns casos, os únicos confidentes fieis de soldados em trincheiras e por outro lado os cartagineses já utilizavam elefantes contra os romanos. |
Alejandro Magno também utilizou os elefantes para conquistar a Índia; assim como os chineses, mas a impressão histórica é que estes enormes animais causaram mais problemas para os seus adestradores do que para os inimigos. Para lutar contra os elefantes -veja só que sacanagem-, os romanos usavam porcos untados com breu, azeite ou qualquer substância inflamável. Colocavam fogo nos pobres animais e soltavam-nos contra as linhas inimigas de elefantes. Ao que parece, os paquidermes ficavam horrorizados com os grunhidos agudos dos porcos, entravam em pânico e causavam grandes estragos entre suas próprias linhas.
Os chineses usaram um sistema parecido, mas com macacos. Revestiam os coitadinhos de palha, untavam de azeite e igualmente botavam fogo antes de soltar os bichinhos ardendo em fogo no meio dos acampamentos inimigos provocando vários incêndios e um grande caos.
Os cavalos, foram utilizados durante muitíssimos anos, como transporte e como força de ataque, talvez esse animal possa ser considerado o melhor e mas valente "soldado animal" de todos os que participaram nas guerras.
Os cães treinados para a luta já combatiam no tempo dos romanos e foram usados também em muitas outras guerras como exploradores e para detectar munições em emboscadas na guerra do Vietnã, assim como na guerra do Golfo para buscar armas e explosivos.
Os soviéticos criaram cães anti-tanques. Estes animais eram acostumados a comer debaixo dos tanques nos acampamentos e quando eram levados à frente, colocavam uma mochila de explosivos sobre seu lombo antes de atiçá-los contra os tanques inimigos. Ao entrar embaixo das máquinas de guerra, uma alavanca na parte superior da mochila acionava o detonador.
Aos gatos tinham tarefas menos mortais e mais sanitárias, eram levados para as trincheiras para que comessem os ratos e assim evitavam as doenças decorrentes.
Canários e ratos eram introduzidos nos túneis cavados por trás das linhas inimigas para detectar gases venenosos.
As pombas usadas como mensageiras já em tempos dos gregos e romanos, seguiram com a mesma função durante muito tempo e na Primeira Guerra Mundial equipadas com câmeras talvez tenham sido os primeiros fotógrafos aéreos; na Segunda Guerra Mundial ainda eram usadas como mensageiras quando não podiam utilizar o rádio.
Os nazistas, atavam pequenas câmeras em seu corpo e mediante elas obtinham imagens ao longo da Linha Maginot, conjunto de defesas construído pela França para resistir os possíveis ataques alemães depois da Primeira Guerra Mundial.
Em 1941 o governo dos Estados Unidos estabeleceu uma subdivisão do corpo de comunicações chamada Serviço de Pombas do Exército. Chegaram mesmo a ser usadas até nos submarinos para não revelar sua posição; os próprios aviões anti-submarinos às vezes soltavam pombas que levavam informação para sua base.
Os golfinhos e leões marinhos foram utilizados para localizar minas e para vigiar o aparecimento de mergulhadores.
Há uma história muito curiosa sobre Voytek, o urso soldado, que participou na famosa batalha de Monte Cassino em 1944, um dos últimos bastiões extra-territoriais dos Nazistas. A 22ª Companhia de Transporte do exército polonês topou com um filhote cuja mãe foi abatida por caçadores. Depois de uma discussão decidiriam leva-lo e convertê-lo no mascote da companhia. Voytek foi alimentado com leite servido em uma garrafa de vodka. Prontamente o urso cresceria em tamanho, e seu caráter amistoso e serviçal o converteria na maior fonte de moral da companhia.
Há muito outros animais que participaram nas guerras, o assunto e vasto e rico. Eu ia escrever só algumas poucas linhas sobre os elefantes e estou aqui me lembrando de diversos outros casos, como, por exemplo, o dos vaga-lumes. Sabia que estes insetos foram utilizados pelos soldados da Primeira Guerra Mundial para que lograssem ver os mapas nas trincheiras e assim não serem descobertos pelo inimigo se utilizassem uma luz mais convencional?
Durante a Segunda Guerra Mundial, o projeto estadounidense X-Ray propôs a sujeição de uma minúscula carga de napalm em milhares de morcegos para liberá-los sobre o Japão. O plano foi abandonado depois que os morcegos escaparam e criaram um verdadeiro pandemônio destruindo todo um hangar e o carro de um general no Novo México... pelo visto não queriam colaborar.
Os ingleses criaram o que se conhece como "A cruz da vitória para animais", a medalha Dickin. Entre 1943 e 1949 concederam 54 medalhas Dickin: 32 para pombas, 18 para cães, 3 a cavalos e 1 para um gato.
Um dos cães condecorados se chamava Rob. Ele realizou mais de vinte saltos em paraquedas realizando missões secretas entre as linhas inimigas na Segunda Guerra Mundial. O único gato condecorado chamava-se Simon, era um gato pequeno, preto e branco, que viajava a bordo da fragata real inglesa Amethyst pelo rio Yangtze, na China. O barco foi atacado e grande parte da tripulação morreu. Simon sobreviveu a quatro balaços de metralhadora e a graves queimaduras para continuar cumprindo com seu dever que era se desfazer dos ratos do barco. Simon, que viveu toda sua vida no mar, morreu quatro dias antes de receber sua medalha.
Se quiser ler sobre outros animais heróis que receberam esta medalha, veja nossa série Cães de Guerra.
Bem, como disse, é um assunto apaixonante e escreveria alguns livros sobre ele, mas enfim... o que queria mesmo era mostrar esta coleção de fotografias que mostram os animaizinhos também como melhor companhia dos soldados.
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Comentários
SOU FILHO DE PRFIRIO PERES DA SILVA QUE PARTICIPOU DA 2ª GUERA MUNDIAL DA ITALIA, INCLUSIVE PARTICIPOU DA TOMADA DO MONTE CASTELO. GOSTARIA DE SABER SE TEM ALGUMA COISA RELACIONADA AO MEU PAI.
Bichos de guerra. No meio de tanta morte, tanta depressão e tanta tensão, eles, que nada entendem de guerra e não entendem os perigos ditastes, servem para dar consolo e algum conforto.
O que seria dos seres humanos se não tivéssemos os bichos?
O que eu posso dizer sobre isso?
Não são fôfos?
Não são bonitinhos?
Não são lindos?
:clap: :clap: :clap: :clap:
"Durante a Segunda Guerra Mundial, o projeto estadounidense X-Ray propôs a sujeição de uma minúscula carga de napalm em milhares de morcegos para liberá-los sobre o Japão. O plano foi abandonado depois que os morcegos escaparam e criaram um verdadeiro pandemônio destruindo todo um hangar e o carro de um general no Novo México."
Interessante. Ideias.
Guerras :)
Pode parecer clichê, mas tá provado mais uma vez que "os brutos também amam", ou ainda que até nos piores momentos da vida existem lugares para um pouco de amenidades.
Alguns encontram outras utilidades:
http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2013/01/gato-e-pego-entrando-em-presidio-com-serras-e-celular.html
Adoráveis cães de guerra.
Se bem que o assunto ficou muito bom de ler.
Ou melhor, "da vida" (no final do texto). Desculpem
Abstraindo-se das histórias relatadas no excelente texto acima, as imagens conferem aos militares uma aura um pouco mais humana e uma certa sensibilidade. Não duvido da sinceridade disto. Só se reforça assim o caráter de exceção da guerra. O mesmo cara que faz muxoxo pra um bichinho ateia fogo em casas, mata civis, comete atos que ele mesmo não se perdoará no decorrer na diva de tê-los feito.
Texto muito informativo.
Fotos muito expressivas.
Bichos. :wink:
Pois é.