Acostumados que estamos com as canções longas do rock progressivo do Pink Floyd, a exceção é "Goodbye Blue Sky", do álbum duplo de 1979, The Wall. A letra é igualmente curta e fala da lembrança da infância de uma pessoa, durante os bombardeios da Segunda Guerra Mundial, cuja mente não conseguia entender por que ele tinha que ficar dentro de casa quando o sol brilhava, sem nenhuma noção real do perigo dos bombardeios. "Goodbye Blue Sky" é a implicação de que mesmo as pequenas coisas que deveriam trazer conforto podem se tornar apenas gatilhos para memórias dolorosas.

Em uma noite de quinta-feira em setembro de 1954, um adolescente Elvis Presley subiu em um caminhão na inauguração do mais novo shopping center de Memphis e cantou suas duas únicas faixas lançadas em um loop: "That's All Right, Mama" e "Blue Moon of Kentucky". Em uma multidão de centenas dominada por mulheres jovens, Johnny Cash se destacou. Foi a primeira vez que as duas futuras lendas se cruzaram. John, então um recém-chegado de 22 anos a Memphis, estava lá com sua primeira esposa, Vivian. O casal conheceu Elvis após a apresentação e acabou indo a seu próximo show em uma boate a convite dele.

Em 1968, o diretor de cinema Jean-Luc Godard mudou-se para Londres com a intenção de fazer um filme sobre o aborto. Ao descobrir que, devido à Lei do Aborto de 1967, não era mais um assunto em voga, ele disse a seus produtores que ainda faria um filme em Londres, mas com a condição de trabalhar ou com os Beatles ou com os Rolling Stones. Os Beatles o recusaram prontamente por seu radicalismo, mas os Rolling Stones ficaram felizes em colaborar. Como resultado, ele conseguiu capturar o trabalho em andamento enquanto ensaiavam e gravavam material para seu sétimo álbum, Beggars Banquet.

Um talento musical único na vida merece o maior palco possível e, para um adolescente prodígio, isso significou uma celebração real. Lucy Illingworth, uma pianista cega e neurodivergente de 13 anos, deslumbrou o mundo pela primeira vez há alguns meses. Sua performance de um noturno de Chopin em um piano em uma estação de trem em Leeds chocou os jurados do show de talentos britânico "Piano" e levou os transeuntes às lágrimas. Agora, Lucy tocou para um público muito maior em um cenário imbatível: se apresentou para 20.000 pessoas, incluindo o Rei Charles III, no Concerto da Coroação no Castelo de Windsor.

O coletivo Cityrocks foi fundado por um grupo de amigos e músicos em Szeged, Hungria, em 2017. O objetivo da iniciativa é levar música ao vivo, incluindo rock, ao maior número de pessoas possível, bem como proporcionar uma experiência de concerto a músicos profissionais e experientes, bem como a amadores que até agora só podiam tocar música em casa. Os participantes do Cityrocks incluem crianças e idosos. Não há limite de idade superior ou inferior. Nos shows até agora, o participante mais jovem com um instrumento tinha 8 anos e o mais velho tinha 74 anos.

Em uma noite de sábado chuvosa, Mark Knopfler entrou em um pub localizado em um pub quase vazio em Deptford, no sul de Londres, onde uma banda horrorosa estava fechando a sua apresentação para uma audiência de meia dúzia de bêbados pingados. O vocalista da banda terminou o "show" falando com certa ironia: - "Boa noite e obrigado. Nós somos os Sultões do Swing." Mark achou divertido o contraste entre a aparência desleixada e o ambiente do grupo e seu nome grandioso e decidiu compor a canção "Sultans of Swing, que mais tarde foi adicionada à lista 500 canções que deram forma ao rock.

Embora uma performance musical emocionante possa ser alcançada com apenas um único instrumento, é difícil superar ter vários instrumentos tocando em harmonia. Mas isso nem sempre significa ter um tocador individual para cada um deles. O artista argentino Santiago Moreno é o exemplo perfeito disso. Conhecido na cena musical como Santiago Orquestra, ele se apresenta como uma banda de um homem só como parte de uma companhia de teatro com sede na França chamada La Mue/tte e suas apresentações duram em torno de 30 minutos.

O Channel 4 do Reino Unido lançou recentemente um reality show intitulado "Piano, que apresenta pianistas amadores que são convidados a tocar instrumentos localizados nas principais estações de trem. Eles se apresentam sem saber que estão sendo observados pelo pianista chinês Lang Lang e pelo cantor pop francês Mika, ou que estão participando de um concurso para se apresentar no prestigiado Royal Festival Hall. Uma das performances mais poderosas do show foi de uma garota cega e neurodivergente de 13 anos chamada Lucy. Ela deixou os dois músicos maravilhados.

O gênero musical bardcore se tornou popular em 2020, quando a cantora canadense Hildegard von Blingin começou a postar covers de canções populares atuais com inspiração medieval e instrumentos renascentistas. Às vezes também as letras são adaptadas com textos de Shakespeare. Naquele mesmo ano, quando o gênero se tornou tendência, o Youtube conheceu Algal, o Bardo, que já tocava hits do rock e da música pop com uma gama variada de instrumentos medievais, desde 2017, antes mesmo que o termo bardcore fosse amplamente conhecido.

Se não fosse pela doce Luna Lee, muito seguramente até hoje o mundo não teria conhecido o gayageum ou kayagum, o instrumento de cordas coreano que ela utiliza para apresentar fantásticos covers do rock e da música pop em seu canal do Youtube. Mas Luna agora tem uma parceira chinesa, chamada Moyun, que toca um instrumento conhecido como cítara chinesa. O guzheng, de 26 cordas, não por acaso é considerado o pai de diversas cítaras asiáticas, como a japonesa koto, a mongol yatga e, como não, o gayageum.

O sucesso de Eduard Khil foi tão grande em seu tempo, que ele foi agraciado com o prêmio mais desejado por um artista na União Soviética, o Artista do Povo da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, concedido a ele em 1974. Natural de Leningrado, hoje São Petersburgo, a prefeitura da cidade lhe concedeu o "Símbolo de Leningrado", no mesmo ano. Dois anos depois, em 1976, ele participou de um programa de TV com a canção "Я очень рад, ведь я наконец возвращаюсь домой" ("Estou muito feliz, porque finalmente estou voltando para casa"), onde Eduard reluzia uma vocalização hoje lendária, o mítico "trololó".

Em 2021, um pesquisa on-line com dezenas de milhares de redditores, concluiu que os fãs de jazz eram os mais felizes, seguidos de perto pelos metaleiros e os amantes de ópera ocuparam o terceiro lugar. Mas como assim? Um gênero frequentemente descrito como ensurdecedor e agressivo, como isso pode deixar as pessoas felizes? Os fãs de headbanging, bebedores de cerveja e canto gutural são ainda mais felizes do que as outras pessoas? Realmente tudo isso não passa de um clichê, um estereótipo negativo relacionado com o rockeiro.