Exatamente às 05:29:45 da segunda-feira de 16 de julho de 1945, o exército de Estados Unidos detonou pela primeira vez um artefato nuclear. Uma explosão sem precedentes perturbou minutos antes do amanhecer a quietude do deserto do Novo México, criando uma nuvem em forma de cogumelo de até 12 km de altura. Trinity -uma bomba de plutônio de 19 kilotons- ficaria muito atrás em a lista das armas mais poderosas já criadas, mas sua detonação mudou o rumo da Segunda Guerra Mundial. |
Aquele dia passou à história como o início da Era Atômica, quando um invento do homem podia acabar com sua própria existência. As fotos de Trinity sempre foram espetaculares, mas agora AtomCentral restaurou os vídeos da detonação e o resultado nos deixou sem ar. Esta nova versão em HD, sem defeitos do negativo original como sujeira e arranhados, quase nos permite sentir a energia da explosão.
Trinity produziu uma intensa bola de fogo que se expandiu 600 metros em dois segundos. A nuvem em forma de cogumelo cresceu até a altura que voam os aviões e, 40 segundos depois, chegou aos bunkers de observação produzindo um rugido longo e ensurdecedor. A onda de choque foi sentida a 160 km de distância e a areia do deserto derreteu transformando a sílica em um vidro de cor verde que foi chamado trinitita.
O buraco foi coberto depois do teste. O exército disse que o evento foi uma explosão acidental em um área de sucata de munições. Isto não foi desmentido até 6 de agosto, quando a Little Boy caiu sobre Hiroshima. 9 de agosto, Fat Man, uma bomba de plutônio similar a Trinity, foi lançada em Nagasaki.
O Atom Central está restaurando vários vídeos daquele período escuro de testes experimentais com explosões atômicas. Em 17 de março de 1953, por exemplo, vários deles foram feitos na área de provas de Nevada, com detonações de até 15 kilotons. Neste outro vídeo vemos como o calor das bombas derrete dois carros, um ônibus e uma barraca de campanha.
Você deve ter percebido que a pintura dos automóveis parece virar fumaça antes que o resto. A razão deve-se à radiação eletromagnética que chega alguns segundos antes da onda expansiva.
Entre 1951 e 1992, os Estados Unidos realizaram 928 provas nucleares em Nevada, 100 das quais foram atmosféricas e, portanto, provavelmente propagaram radiação a áreas vizinhas.
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